Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

PCP condena os bombardeamentos de Israel na Faixa de Gaza em violação do acordo de cessar-fogo

O PCP condena veementemente o brutal ataque lançado esta madrugada por Israel sobre a população palestiniana da Faixa de Gaza que provocou centenas de mortos e mais de mil feridos, muitos dos quais crianças.

Este novo massacre confirma que Israel não abandonou a intenção de prosseguir com o genocídio na Faixa de Gaza, como aliás o confirmava a decisão de impedir a entrada naquele território palestiniano da ajuda humanitária, em violação aberta dos termos do acordo.

Recorde-se que o acordo que Israel se recusa a cumprir é constituído por três fases, prevendo, entre outros aspectos, um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza, o regresso da população palestiniana às suas localidades, o fim do bloqueio e o acesso à ajuda humanitária, o processo de reconstrução neste território palestiniano.

Desde 19 de Janeiro, data da entrada em vigor do acordo estabelecido entre a resistência palestiniana e Israel, as forças israelitas continuaram a matar diariamente na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que prosseguem uma violenta agressão e campanha repressiva na Cisjordânia, causando centenas de mortos, efectuando prisões em massa, bombardeando indiscriminadamente campos de refugiados, com dezenas de milhar de deslocados. 

Relatórios de organismos da ONU denunciam que é diária a prática de crimes contra o povo palestiniano por parte de Israel. Como admitiu o Tribunal Internacional de Justiça, é de um genocídio que se trata, levado a cabo em estreita articulação com os EUA e a União Europeia, e a cumplicidade e inacção de diversos governos, incluindo o português. 

Israel pratica o terrorismo de Estado, massacra o povo palestiniano, ocupa ilegalmente território do Líbano e da Síria, incumpre acordos que assina, provoca deliberadamente uma crise humanitária de enormes proporções, ameaça, agride e desrespeita a Organização das Nações Unidas e em especial algumas das suas agências, como é o caso da UNRWA. 

A criminosa acção de Israel é inseparável da escalada de confrontação e guerra que o imperialismo norte-americano leva a cabo no Médio Oriente – a exemplo de outras regiões do Mundo –, em que se inserem os recentes bombardeamentos sobre o Iémen, as renovadas ameaças contra o Irão ou os desenvolvimentos na Síria, com a instauração de um poder reaccionário e obscurantista, responsável por massacres contra a população.

O PCP reafirma a sua solidariedade de sempre com o povo palestiniano e a sua luta de libertação nacional e apela à firme condenação da violação do acordo de cessar-fogo por parte de Israel e de mais este hediondo crime contra o povo palestiniano. 

A Constituição da República Portuguesa e os princípios da Carta das Nações Unidas obrigam Portugal a uma acção firme e determinada que contribua para isolar Israel e impedir a concretização dos planos de genocídio e expulsão do povo palestiniano da Palestina. Portugal deve defender e promover de forma intransigente os direitos nacionais do povo palestiniano, desde logo com o reconhecimento do Estado da Palestina, conforme as resoluções da ONU.

O PCP apela à participação nas iniciativas de solidariedade com o povo palestiniano que se realizarão amanhã, 19 de Março, às 18h, no Rossio, em Lisboa, e no dia 30 de Março, em Lisboa, no Porto e em Coimbra, promovidas por diversas organizações do movimento da paz e de solidariedade com o povo palestiniano.

 

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