O Partido Comunista Português condena veementemente o ataque militar norte-americano em curso contra a cidade de Fallujah no Iraque.
A grande envergadura deste ataque – envolvendo mais de 15.000 militares, além de poderosos meios de artilharia e aéreos – para dominar uma cidade que viu a sua população reduzida a cerca de 30.000 pessoas e a deserção da maioria dos militares iraquianos para não participarem deste crime, são as provas mais evidentes das dificuldades e da resistência que as forças de ocupação estão a enfrentar para submeter o país, bem demonstrativas do isolamento dos EUA e seus aliados no Iraque.
O PCP chama a atenção e repudia a forma criminosa como o ataque está a ser realizado. Acções como os bombardeamentos indiscriminados a populações civis, o bombardeamento e ataque ao único hospital da cidade em funcionamento, o impedimento do acesso dos feridos a esse hospital em virtude dos constantes bombardeamentos e o bloqueio à saída de refugiados da cidade constituem verdadeiros crimes de guerra e contra a humanidade que não podem ficar impunes.
O PCP considera indispensável que se alargue a frontal condenação de tais acções e exige do governo português uma clara e inequívoca intervenção no plano político e diplomático para que cesse a criminosa ofensiva militar em Fallujah e o derrame de sangue de vítimas inocentes.
Este ataque, a sua dimensão e a forma brutal como está a ser conduzido é demonstrativo do real conceito da administração norte-americana de “democratização do Iraque” e evidencia que o chamado “período de transição” com a nomeação de um governo fantoche – que aprovou este ataque – não passa de mais um colossal embuste e que a possibilidade de realização de eleições em Janeiro, se acontecer, constituirá mais uma operação de propaganda que apenas pretende conferir uma imagem aparentemente legal e democrática a um violento atentado contra os direitos nacionais do povo iraquiano e a sua soberania.
O PCP, relembrando as dezenas e mesmo centenas de milhar de vítimas inocentes já provocadas pela guerra, sublinha uma vez mais que só existe uma solução para a dramática situação em que o Iraque se encontra mergulhado: a retirada das forças de ocupação e a restituição da soberania ao povo iraquiano. Neste sentido, o PCP reafirma a sua firme oposição à participação de forças da GNR na ocupação do Iraque e exige o seu imediato regresso a Portugal.