Senhor Presidente,
Senhoras e senhores Deputados,
Esperamos que nenhum Grupo Parlamentar deixe de condenar a decisão da administração norte-americana de Donald Trump atacar a República Árabe Síria, decisão que encerra o perigo de uma ainda maior escalada militar, elevando a um outro nível a agressão que tem vindo a ser dirigida desde há seis anos contra este Estado soberano.
Depois de ter organizado, armado, financiado e apoiado os grupos terroristas que levaram a guerra civil à Síria, a administração norte-americana decidiu mostrar mais uma vez que pretende impor o seu domínio mundial pela força das armas e com a ameaça da guerra.
Repete-se agora com a Síria o que vimos acontecer com o Iraque e a Líbia, utilizando pretextos e campanhas de desinformação.
Repetem-se acusações não comprovadas quanto à utilização de armas químicas, sem sequer permitir a investigação idónea e imparcial que o próprio Governo sírio requereu, fazendo lembrar a invocação das armas de destruição massiva aquando da agressão ao Iraque.
Repete-se o desrespeito pela ONU, pela sua Carta, pelos seus princípios e regras de funcionamento.
Repete-se a violação do direito internacional com o bombardeamento de um Estado soberano, a ameaça de destruição do país e o desrespeito pelos mais fundamentais direitos do povo sírio.
Este bombardeamento à Síria deixa mais claro a quem serve e quem está por trás do uso de armas químicas e da sua utilização como pretexto para a escalada da guerra, factos que condenamos sem qualquer hesitação.
É dever da Assembleia da República rejeitar a propaganda de guerra, condenar a guerra de agressão à Síria e ao seu povo, condenar o uso de armas químicas e a provocação e mentira sobre o seu uso, apelar à paz e ao respeito pelos direitos do povo sírio à soberania, independência e integridade territorial, exigindo sim o apuramento de responsabilidades pelos crimes e violações dos direitos humanos ocorridos no âmbito da agressão perpetrada contra aquele país.
Disse