Mais um relatório "típico"...
Afirmando que "a comunicação constitui um elemento importante, quer da democracia representativa, quer da democracia participativa", o relatório está efectivamente "preocupado" - é a forma mais simpática de o caracterizar - é com os resultados dos referendos que rejeitaram a proposta de tratado, agora denominado "de Lisboa", e explicitamente com o realizado na Irlanda.
Assim, a maioria do PE decide subscrever a declaração conjunta intitulada "Parceria para a comunicação sobre a Europa", onde três das instituições da UE (Conselho, Comissão Europeia e PE) acordam numa cruzada de propaganda - que, alerte-se, passará pelas próximas eleições para o Parlamento Europeu -, partindo do pressuposto que a crescente rejeição e consciência do carácter de classe e dos grandes interesses que estão por detrás das políticas da UE, evidenciado nos referendos realizados, será combatido pelo condicionamento e controlo da agenda mediática.
O que está efectivamente em causa é uma tentativa de ocultar ou escamotear o real conteúdo das políticas e tomadas de decisão da UE quando estas se confrontam com os interesses dos trabalhadores e outras camadas sociais nos diferentes países da UE.
E assim, utilizando demagogicamente a palavra "democracia" e "comunicação", o que o relatório verdadeiramente pretende é pô-las em causa.