Declaração da Comissão - Para uma resposta da UE às situações de
fragilidade: compromisso em prol do desenvolvimento sustentável, da
estabilidade e da paz em ambientes difíceis
Sem dúvida que é urgente mais e melhor ajuda humanitária, num mundo
cada vez mais desigual e injusto, onde é galopante a concentração da
riqueza nuns poucos, à custa da exploração e da miséria de milhões.
Sem dúvida que é urgente mais e melhor cooperação para o
desenvolvimento, num mundo confrontado com uma nova corrida aos
armamentos e pela crescente militarização das relações internacionais,
liderada pelos EUA e seus aliados.
Por isto mesmo, encaramos com grande preocupação as tentativas de
subordinar a ajuda ao desenvolvimento a estratégias de «segurança»,
promovendo a sua instrumentalização para a concretização de objectivos,
mais ou menos dissimulados, de ingerência, de depredação de recursos e
de neocolonialismo.
Na análise da situação internacional não se deverão omitir ou
desvalorizar as "causas externas" que, fomentando e agudizando
contradições, quantas vezes estão na raiz dos problemas. Bastaria a
lista, mais que subjectiva, dos denominados "Estados frágeis" elaborada
pelo Banco Mundial para que tal fosse uma evidência. Quantas situações
de ingerência e de agressão externa esta não reflecte?
Sim. É urgente uma agenda de cooperação e de desenvolvimento que dê
resposta às mais elementares necessidades de milhões de seres humanos,
baseada no respeito da soberania e independência nacionais e na solução
pacífica dos conflitos internacionais. Uma agenda que impulsione a
desmilitarização das relações internacionais, que promova relações
económicas equitativas e justas e a anulação da dívida externa, já mais
que paga.
Uma agenda que combata as políticas que estão na causa das profundas
injustiças e desigualdades e que construa um mundo mais justo, mais
pacífico, mais solidário e mais humano.