A situação da agricultura e as dificuldades que enfrenta o mundo rural são indissociáveis da profunda crise sistémica e das políticas vigentes, como é o caso da PAC, principal responsável pela degradação contínua da actividade agrícola nalguns Estados-Membros, estando toda ela voltada para os interesses dos grandes agrários e da agro-indústria do norte da Europa, destruindo a agricultura familiar e comprometendo a viabilidade das pequenas e médias explorações.
O papel das mulheres na agricultura e no desenvolvimento das zonas rurais é de extrema importância, representando cerca de 42% dos trabalhadores agrícolas, sendo uma pedra angular na manutenção da actividade e garantindo um combate efectivo à desertificação das zonas rurais. O relatório aprovado, apesar de carecer de uma crítica realista à PAC, é na generalidade positivo na abordagem que apresenta e valoriza o papel das mulheres. Refere a "promoção da igualdade entre os sexos" enquanto "objectivo fundamental da UE e dos seus Estados-Membros", bem como a criação de melhores condições de vida nas zonas rurais, contrariando o fenómeno da desertificação, para o que se torna indispensável a defesa de "infra-estruturas de transporte de qualidade" e a melhoria do "acesso aos transportes para todos" no sentido de combater a "exclusão social e a desigualdade na sociedade que afecta prioritariamente as mulheres".