A resolução aprovada consegue o "espantoso" feito de não fazer uma
única menção à brutal e ilegal agressão e ocupação do Iraque pelos EUA
e seus aliados.
A resolução branqueia todo o rol de morte de centenas e centenas de
milhar de iraquianos, de destruição de todo um país e de premeditado e
massivo desrespeito dos direitos humanos da agressão e ocupação.
A resolução é completamente omissa quanta à causa primeira e primordial
dos gravíssimos problemas com que o povo iraquiano e o seu país hoje se
confrontam e, logo, quanto ao caminho para a sua solução, isto é: a
retirada imediata de todas as tropas de ocupação!
No fundo, a resolução pactua com o dito "status quo", apresentando-o
como um "facto consumado", procurando promover uma maior participação
da UE na ingerência no Iraque, encarando este país como mais um "estado
tutelado" pelos EUA/NATO/UE, à semelhança do que acontece no
Afeganistão ou no Kosovo. Pasme-se, ao mesmo tempo que considera que os
países vizinhos do Iraque se devem abster de toda e qualquer ingerência
neste país, respeitar a sua independência, soberania e integridade
territorial, bem como o desejo do povo iraquiano de edificar o seu
sistema constitucional e político através dos seus próprios esforços.
Daí o nosso voto contra.