Este relatório contém um conjunto de aspectos positivos, que valorizamos, como sejam: a defesa clara de um tratamento diferenciado para as regiões ultraperiféricas (RUP), de acordo com as suas especificidades e constrangimentos naturais permanentes; a crítica à proposta da Comissão de diminuição das verbas do Fundo de Coesão e FEDER; a defesa de uma taxa de co-financiamento de 85% para todos os instrumentos de apoio; a defesa dum enquadramento em matéria de auxílios estatais não limitado no tempo nem degressivo. Concordamos com a ideia de que o critério do PIB per capita deve ser complementado com outros indicadores de desenvolvimento humano e social.
Lamentavelmente, não podemos deixar de assinalar algumas das contradições em que o relator cai, ao defender como enquadramento para defesa da especificidade das RUP, o cumprimento das orientações relativas à estratégia UE2020 ou ao mercado interno - em si mesmos, instrumentos penalizadores do desenvolvimento das RUP, que agravam muitos dos constrangimentos que pesam sobre estas regiões. Discordamos também das referências ao espaço Europeu Único de Transportes ou à Política Marítima Integrada.
No domínio da agricultura, salientamos e lamentamos a ausência de qualquer referência à defesa de instrumentos de regulação da produção como as quotas, essenciais para a defesa da viabilidade de importantes sectores produtivos das RUP.