Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Pacote de supervisão financeira

Só cerca de dois anos depois do início da grave crise financeira é que o Conselho e o Parlamento Europeu chegaram a acordo sobre um pacote de medidas a que chamam de " supervisão financeira", mas que, de facto, se reduzem ao mínimo de intervenção neste sector, e sem que, previamente, fossem tomadas as decisões básicas fundamentais nesta área, designadamente o fim dos paraísos fiscais, a taxação dos movimentos de capitais, o fim do mercado de derivados. Nem tão pouco é proposta a democratização do BCE e uma alteração radical dos seus objectivos para dar prioridade ao emprego com direitos e, no mínimo, procurar um equilíbrio entre o progresso social e as finanças públicas.

Isto significa que os principais mecanismos de especulação financeira se mantêm no mercado e que as medidas agora tomadas visam mais facilitar o controlo por parte das grandes potências e dos seus grupos financeiros sobre os Estados-Membros de economias mais frágeis, do que encarar de frente o problema da especulação financeira e pôr-lhe cobro.

Por outro lado, é preciso não esquecer que este pacote se insere nas medidas tomadas pelo ECOFIN sobre o "controlo prévio dos orçamentos nacionais" incluído no chamado "semestre europeu", o que merece o nosso mais vivo protesto.

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