O relatório defende "um orçamento para 2012 sob os auspícios da governação económica europeia reforçada, do mecanismo do Semestre Europeu e dos objectivos da Estratégia Europa 2020".

Defende-se assim um orçamento sob os auspícios do aprofundamento do neoliberalismo e do federalismo na UE, com adopção de medidas profundamente anti-sociais e anti-democráticas, com o endurecimento do Pacto de Estabilidade, a aplicação de multas brutais aos Estados e a fiscalização, de forma permanente, de toda a actividade macroeconómica nacional. Também sob os auspícios das liberalizações, da precariedade laboral e do ataque a direitos e a serviços públicos. E também sob os auspícios do intervencionismo externo e do militarismo, como fica bem patente no relatório.

Lamentamos a rejeição de um conjunto importante de alterações que apresentámos, visando não apenas denunciar este caminho mas também apresentar as linhas gerais da alternativa possível e necessária. Rejeição na qual se uniram, mais uma vez, a direita e a social-democracia, responsáveis pelas políticas que nos conduziram à crise, incluindo ao nível das opções orçamentais.
Por todas estas razões, o nosso voto não poderia ser outro senão contra.