Estamos em presença, mais uma vez, de um orçamento que está completamente desfasado da realidade e das reais necessidades da União Europeia.
Uma união europeia em profunda crise, cada vez mais desigual, onde a persistem os elevados índices de pobreza e desemprego, temos um orçamento curto, profundamente abalado na sua vertente distributiva e cada vez mais atrelado ao rumo agressivo e militarista da política externa da União Europeia.
Importa por isso reforçar este orçamento, mas isto não chega. É necessário colocar este orçamento ao serviço do desenvolvimento e da coesão social e territorial e reforçar os instrumentos especiais destinados, importa dizê-lo a remediar os erros da nossa política externa que estão na origem do embargo russo ou da crise dos refugiados.
Infelizmente, esta proposta não aponta neste sentido. Vai antes na continuidade de orçamentos anteriores, condicionados todos eles por um quadro plurianual curto e ao serviço das políticas neoliberais da UE e da sua deriva securitária.