Artigo de Ruben de Carvalho no «Diário de Notícias»

«Opinião»

«Nunca acreditei na ligação entre Saddam Hussein e Ussama ben Laden, a Al-Qaeda e o terrorismo islâmico. (...) Mas o que aconteceu no Iraque tem sido algo como uma profecia que se cumpre por si mesma. Embora não existisse uma ligação terrorista ao Iraque antes da guerra, agora existe. Por causa do caos e da presença dos EUA como potência ocupante, há um efeito magnético que atrai ao Iraque as pessoas que nos odeiam para darem um tiro nos americanos. Mesmo assim, isso não faz do Iraque a «frente central». Não estamos a dar atenção às causas que estão na raíz do problema noutros lugares (...). Será que vamos enganar-nos a nós próprios e pensar que, se nos livrarmos dos terroristas no Iraque, o assunto fica arrumado?»

Quem faz estas declarações não é um participante nas manifestações anti-Bush de Londres: é antes Madeleine Allbright, Secretária de Estado da Administração Clinton, em entrevista dada a Nathan Gardels, o conhecido director da igualmente norte-americana New Prespectives Quarterly, onde acrescenta ainda: «Os neoconservadores tinham efectivamente um programa secreto antes do 11 de Setembro e utilizaram esse atentado terrorista para pôr em prática o seu programa.»

Pois é.

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