Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

O PCP rejeita o encerramento de Estações de Correios e a privatização do serviço público postal!

O PCP rejeita o encerramento de Estações de Correios  e a privatização do serviço público postal!

Está em curso uma nova ofensiva visando os Correios enquanto empresa do sector público e enquanto serviço público fundamental às populações, à economia nacional, ao desenvolvimento regional e à coesão territorial. O objectivo do Governo é privatizar os CTT - ainda no primeiro semestre deste ano - um serviço com 500 anos de existência, uma empresa que dá lucro e que presta um serviço inestimável às populações de todo o país.

É para cumprir este objectivo que têm vindo a público informações de encerramento de centenas de estações de correios, desmantelamento de postos de trabalho e o aumento das tarifas.

No que toca ao encerramento de estações, a administração da empresa e o Governo propõem a transferência de parte do serviço para papelarias e estabelecimentos similares, e o restante serviço fica apenas disponível noutras estações de correios, quase sempre a vários quilómetros de distância. Está em causa o serviço público postal, tendo as estruturas representativas dos trabalhadores dos correios alertado já para o problema da confidencialidade do serviço que deixará de ser assegurada, tratando-se de informação sobre pensões de reforma, o que pagam ou recebem os cidadãos, a quem enviam cartas e de quem recebem, para lá do contributo deste tipo de medidas para um maior isolamento de populações já afectadas pela desertificação, a falta de transportes e recursos.

No entanto, esta opção de encerramentos, não parece obedecer a qualquer critério, mesmo que questionável, já que ocorre tanto em freguesias mais isoladas e deprimidas como em centros urbanos densamente povoados. Desde o ano de 2000 mais de um milhar de estações e postos de correios foram encerrados, agora coloca-se a perspectiva de mais 200: a continuar esta política, serão depois muitos mais.

Os contornos e total dimensão da operação de desmantelamento de postos de trabalho estão ainda por revelar: só no último ano a empresa terá ficado com 669 trabalhadores a menos. Agora a situação tenderá a tornar-se muito mais grave, caso se concretizem as medidas em causa.

A par de tudo isto, a Administração veio a público anunciar uma “actualização” do tarifário, afirmando estar em causa um aumento médio anual de 2,9%, (o que, por si só, seria injusto e inaceitável), mas que se traduz afinal numa realidade bem mais gravosa. Por exemplo, o preço do selo do Correio Azul tem um aumento de 6,38 por cento e o selo do Correio Normal aumenta 12,5 por cento! Verifica-se ainda a diferenciação de preços praticados, em função das regiões servidas: com preços mais baixos para correio com origem em Lisboa, Porto ou Coimbra e com destino em Lisboa ou Porto. Esta é uma opção com particular e preocupante significado para a coesão territorial do País no que concerne ao aprofundamento das assimetrias regionais e que contraria o que foi prática desde sempre, ou seja, tarifas iguais para todo o território nacional.

Por parte dos trabalhadores e das populações, temos assistido a uma pronta, expressiva e combativa resposta de oposição a estas medidas com diversas acções de luta. O PCP reafirma o seu compromisso pela defesa do serviço público postal e pela manutenção dos CTT como empresa pública, apelando à continuidade da luta por estes objectivos, nomeadamente engrossando a Marcha Contra o Empobrecimento da CGTP-IN, que decorre por todo o país até ao próximo Sábado.

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