Nota da Comissão junto do Comité Central para as questões da Juventude
Os números revelados sobre a situação do desemprego no primeiro trimestre, sendo escandalosos no plano geral, assumem ainda maiores preocupações quando consideramos as novas gerações de trabalhadores.
O desemprego cifra-se, pelos números oficiais em 8,4 %, em sentido estrito ascendendo a mais de 600 mil desempregados em sentido lato (10,8%).
A incidência na juventude (até aos 25 anos) é reveladora, 18.5% (em Setembro de 2006 era de 15%), o que equivale a cerca de 100 mil jovens desempregados.
A este número acrescenta-se o mais de 1 milhão e 200 mil trabalhadores com vínculo precário, (muitos dos quais jovens) que oscilam entre o emprego e o desemprego, ao sabor das necessidades e conveniências do patronato; e que afecta a maioria da juventude trabalhadora.
Cai por terra o optimismo governamental aquando da revelação do número de desemprego do trimestre anterior, revelando o total falhanço das opções políticas e económicas deste governo, esfuma-se a concretização da promessa de criação de 150 mil novos postos de trabalho. Já nem a demagogia, a propaganda, a manipulação de números pode disfarçar tal evidência
A junção destes assustadores níveis de desemprego, com a aprovação de nova legislação sobre o trabalho temporário (legalização total da mais absoluta precariedade), as alterações ao subsídio de desemprego e com o “coelho” recentemente tirado da cartola neo-liberal, a flexigurança, que o Governo pretende levar à prática durante a presidência portuguesa da União Europeia, e que mais não significa do que a liberdade de despedir e alterar arbitrariamente ao vínculo de carreiras profissionais e as remunerações dos trabalhadores
Os números anunciados, que sendo os oficiais, estão ainda aquém da realidade, constituem mais um preocupante elemento que, aliado à precariedade, coloca na ordem do dia a necessidade de uma ampla convergência na exigência de uma nova política para o país. Este elemento reforça as justa razões para a adesão dos jovens trabalhadores à Greve Geral de 30 de Maio, por uma política que valorize o papel e o direito ao trabalho, a sua função social, os salários, uma política que não desperdice as amplas possibilidades e contributos de milhares e milhares de trabalhadores, de milhares e milhares de jovens com saberes e formações diversas (muitos deles com formação do ensino superior), que são empurrados para o desemprego e para situações de precariedade.
O PCP reafirma a confiança de que as jovens gerações de trabalhadores saberão dar força a este amplo movimento de descontentamento, protesto e exigência de um novo rumo e de uma nova política no qual os trabalhadores são parte activa, fundamental e imprescindível, apelando mais uma vez à participação na Greve Geral de 30 de Maio, convocada pela CGTP.