Comunicado do Gabinete de Imprensa dos Deputados do PCP no PE

Nova subida da taxa de juro de referência agrava os impactos negativos da política monetária do BCE - deputados do PCP exigem debate de urgência no Parlamento Europeu

Decorreu hoje uma nova reunião do Banco Central Europeu (BCE) que ditou a sétima subida consecutiva da taxa de juro de referência para 3,75%.

A diminuição do ritmo de subida das taxas de juro, traduzida num aumento de 25 pontos base, não anula, pelo contrário, intensifica o impacto profundamente negativo das anteriores subidas. Um impacto que está a ser sentido no dia-a-dia dos trabalhadores e das populações, confrontados com o brutal aumento do custo de vida, com a diminuição do valor real dos salários, das pensões e das reformas, com o aumento das prestações do crédito à habitação.

Um impacto também sentido pelas micro, pequenas e médias empresas, que veem aumentar os seus custos de financiamento, e pelo próprio Estado.
Dados divulgados hoje evidenciam, se necessário fosse ainda, a quem serve esta política monetária. Com efeito, sendo Portugal um dos países em que o impacto económico e social da subida das taxas de juro tem sido mais significativo, devido à forte prevalência da taxa de juro variável nos empréstimos contraídos, a margem financeira dos bancos portugueses aumentou 9,5 vezes mais do que a margem financeira da média dos bancos europeus.

Confirma-se, assim, que é ao capital financeiro, aos bancos em particular, que a subida das taxas de juro está a aproveitar.

Recorde-se que em Março último, em resposta à sexta subida consecutiva da taxa de juro de referência, os deputados do PCP no Parlamento Europeu (PE) e o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica - A Esquerda no Parlamento Europeu, que integram, propuseram um debate em plenário com a Comissão Europeia e o Conselho sobre os impactos gravosos, embora assimétricos entre os diferentes países da UE, da política monetária do BCE, sentidos com particular acuidade por quem tem empréstimos à habitação.

O agendamento deste debate foi, até ao momento, bloqueado por outros grupos políticos. A decisão hoje tomada pelo BCE, agravando uma situação pré-existente já de si dramática, vem confirmar a atualidade e a urgência deste debate.

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