Estamos perante uma iniciativa que envolve o G8, várias multinacionais e parcerias público-privado, através das quais, garantem-nos, se pretende retirar da pobreza e da fome milhões de pessoas em África.
A desfaçatez dos promotores não esconde ao que vêm: para “acelerar o fluxo de capital privado”, a pretensa caridade das multinacionais exige modificações políticas que lhes facilitem o negócio. Porque afinal de contas é disso que se trata: “Business, as usual”!
Esta iniciativa parte do pressuposto (por verificar, porque errado) que mais produção, através de investimento das grandes corporações privadas, irá resolver o problema da fome e má nutrição em África. Ora estas corporações produzem para mercados lucrativos, não para os pobres e famintos.
Esta iniciativa será uma forma útil de lhes facilitar o acesso à terra e a insumos agrícolas, incentivando de caminho a alteração de práticas agrícolas, no próprio interesse das multinacionais, favorecendo modelos de produção intensiva de cariz exportador, com elevada incorporação de agro-químicos e de OGM.
A grande questão é: quem pagará os seus lucros?