Compreensivelmente, dedicamos grande parte deste número da «Portugal e
a UE» à caracterização da actual situação na União Europeia, após a
importante e significativa rejeição da proposta de novo tratado em
França e na Holanda, que impossibilitam a entrada em vigor desta dita
«constituição europeia», tornando-a «letra morta», abalando os
alicerces da integração capitalista europeia. Neste sentido solicitámos
a deputados do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia /
Esquerda Verde Nórdica (GUE/NGL), o qual os deputados do PCP ao PE
integram desde o primeiro momento, que escrevessem pequenos artigos
onde caracterizassem a situação a partir da realidade dos seus países e
a sua posição face à «constituição europeia».
Embora não de forma exaustiva, damos igualmente nota da actividade
realizada pelos deputados do PCP no PE, que intervieram, com o seu
Grupo, em todos os grandes temas da actualidade da União Europeia com
importância para os trabalhadores e para o País: pela activação da
cláusula de salvaguarda para o sector do têxtil e vestuário, em defesa
do emprego e da produção nacional; pela rejeição da proposta de
directiva do mercado interno de serviços – dita «Bolkenstein» – e da
proposta de directiva sobre organização do tempo de trabalho; pela
defesa dos interesses de Portugal e por um quadro comunitário
financeiro justo para 2007-2013; por apoios para minorar os efeitos da
seca em Portugal; pela rejeição das patentes de software; pela defesa
dos trabalhadores da Yazaki Saltano e contra as deslocalizações; pela
rejeição das orientações neoliberais da «Estratégia de Lisboa» e do
Pacto de Estabilidade; ou, ainda, pela promoção da educação sexual.
Uma actividade que procuraremos aprofundar e intensificar no segundo
semestre de 2005, continuando a intervir nestes e noutros temas, sempre
a partir da realidade do País, na firme defesa dos interesses dos
trabalhadores e de Portugal e por uma outra Europa de cooperação, de
progresso e de paz.