Intervenção de Alfredo Maia na Assembleia de República, Reunião Plenária

O sistema financeiro está capturado por grupos económicos ao serviço do capital estrangeiro

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O PCP saúda os largos milhares de cidadãos que dirigiram à Assembleia da República a petição que hoje apreciamos, que entrou aqui há já cinco anos. 

Desde então, não mudaram os fundamentos e nem os aspetos centrais apresentados pelos peticionários. 

O sistema financeiro está capturado por grupos económicos, comandados e ao serviço do capital estrangeiro, e tem sido palco de alguns dos maiores escândalos.
 
Do BPP ao BANIF; do BPN à PT até ao colapso do BES/GES, os portugueses sabem bem o que significa a gestão privada destes grupos estratégicos, onde impera a especulação, o “crime de colarinho branco”, a usurpação de recursos nacionais com a conivência do poder político. 

O País conhece bem as consequências da crescente financeirização da economia, agravadas pela captura dos reguladores pelos regulados.

O PCP não inviabilizará nenhuma das iniciativas arrastadas para este debate sobre mecanismos de proteção de pequenos investidores.

Mas reafirma que não há mercado de capitais viável, confiável ou seguro enquanto estiver dominado pelos monopólios e pelo capital estrangeiro; ou enquanto o Estado o deixar em rédea solta, permitindo que produzam o que sabem produzir: injustiças e desigualdades, corrupção e captura do poder político pelo poder económico. 

Estes produtos financeiros complexos, como o caso BES/GES mostrou, não devem ser vendidos nos balcões dos bancos: são necessárias soluções eficazes.

O controlo público sobre a banca, colocando-a ao serviço do povo e do desenvolvimento do País é, cada vez mais, uma exigência do nosso tempo e uma condição necessária para alavancar a economia nacional, promover e dar utilidade às pequenas poupanças, afirmar a soberania e a independência nacional. 

 

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