Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República, Reunião Plenária

As prioridades da União Europeia são o militarismo e o neoliberalismo, não são resolver os problemas dos povos

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,

 

A Presidência até pode ser nova, mas as prioridades não têm nada de novo. Insiste nas opções que têm vindo a ser adotadas, de aprofundamento do federalismo, do neoliberalismo e do militarismo da União Europeia.

Está claramente presente a mobilização de recursos públicos para o complexo industrial militar, acentuando a corrida aos armamentos, a confrontação e aa guerra, afirmando a União Europeia como o braço europeu do bloco político-militar belicista que é a NATO. A NATO é a maior ameaça à paz mundial.

Passados todos estes anos fica claro que a guerra não constitui nenhuma solução para a Ucrânia. É pelo diálogo que é possível abrir caminho a uma solução política para o conflito e garantir a paz e a segurança coletiva na Europa.

É particularmente grave o compromisso para atingir 5% do PIB para o militarismo e a guerra, para a morte e a destruição, com o desvio de milhares de milhões de Euros, que poderiam e deveriam ser destinados à coesão económica e social, no superar das injustiças e desigualdades sociais, no combate à pobreza, na melhoria dos serviços públicos, como a saúde ou a educação, para contribuir para solucionar os problemas de acesso à habitação, para promover o desenvolvimento económico e social, para a cooperação com vista ao desenvolvimento.

Mais uma vez, sobre os problemas que os povos enfrentam – como os baixos salários e pensões, os problemas na habitação, a degradação dos serviços públicos, o retrocesso nas condições de vida –nem uma palavra. Fala de competitividade com o objetivo de continuar a favorecer os interesses das multinacionais e dos grupos económicos, com a transferência de mais recursos para alimentar os seus lucros.

Por outro lado, reafirma a cumplicidade da União Europeia com o genocídio do povo palestiniano perpetrado por Israel ou com a desestabilização e a confrontação por Israel e pelos Estados Unidos da América no Médio Oriente. Recusa reconhecer e condenar o genocídio do povo palestiniano pelas mãos de Israel, tal como não há qualquer referência à grave situação humanitária, em particular na Faixa de Gaza, em que fome é utilizada como arma de guerra, onde falta tudo, alimentos, água potável, medicamentos. Como não há qualquer referência à necessidade de pôr fim ao bloqueio à ajuda humanitária, à exigência do cessar-fogo, nem ao reconhecimento do Estado da Palestina, de acordo com as resoluções aprovadas nas Nações Unidas.

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