Não ao armamento. Não à guerra.
É uma declaração clara em direcção a uma alternativa de paz, cooperação e justiça social que se opõe à militarização, ao confronto e à guerra. No entanto, a mobilização dos povos pela paz deve ser uma referência para a acção convergente das forças progressistas e democráticas, e é de suma importância considerando os perigos que a humanidade enfrenta neste momento. A situação internacional tem visto desdobramentos perigosos com a escalada do confronto e da guerra. A promoção e o avanço de concepções, projectos e forças reacionárias e fascistas, o agravamento das tensões internacionais e as crescentes ameaças de um conflito global de proporções catastróficas.
A estratégia com a qual os Estados Unidos procuram manter a sua hegemonia representa a mais séria ameaça à paz no mundo. A NATO é o instrumento mais perigoso desta ofensiva agressiva sob a direcção dos EUA. A União Europeia mantém a sua estratégia de União Europeia, a União Europeia mantém o seu alinhamento com a estratégia dos EUA e a NATO, aumenta o militarismo e dá passos no caminho da sua transformação num novo bloco político-militar complementar à NATO, à custa da paz, dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos.
A guerra não é um acidente de percurso, é a tentativa planeada pelo poder económico das principais potências capitalistas para a saída da sua própria crise, assumida e concretizada pelo poder político que dá expressão aos seus interesses.
As consequências da guerra são impostas aos trabalhadores e aos povos com a morte e a destruição das condições de vida. O genocídio do povo palestiniano, a escalada de guerra de Israel no Médio Oriente, agora também com o apoio e participação directa dos EUA na agressão ao Irão, o conflito que se trava na Ucrânia ou a militarização da Ásia-Pacífico são quatro exemplos que confirmam o sério perigo que a escalada de confrontação e de guerra representa para o futuro da Humanidade.
É urgente travar este caminho para o abismo!
É urgente travar e derrotar a política de confrontação e guerra!
O caminho a percorrer é o da luta pela paz, pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, pelos direitos dos povos, da igualdade entre Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e da cooperação entre os povos para a emancipação e o progresso da humanidade.
O caminho a percorrer é o da luta contra a militarização da UE, pela dissolução da NATO e pela criação de um sistema de segurança colectiva.
É preciso travar o desvio de recursos para o militarismo e a corrida aos armamentos!
O aumento dos gastos militares só nos trará perigos e riscos de guerra acrescidos.
As capacidades científicas, tecnológicas e produtivas e os recursos económicos e financeiros devem ser canalizados para a melhoria das condições de vida e de trabalho e para a resposta aos problemas económicos e sociais que afligem a vida dos povos.
É indispensável o desenvolvimento da luta dos povos pela paz.
Essa mobilização popular não pode estar desligada de um caminho de defesa de direitos, da soberania e da democracia - nas suas vertentes política, económica, social e cultural.
Um caminho de transformação de sentido progressista que permita superar as contradições da situação internacional num sentido que corresponda às aspirações e anseios dos trabalhadores e dos povos.
É indispensável a convergência de forças diversificadas numa ampla frente que trave e faça recuar as forças da guerra, do retrocesso social, do fascismo e abra caminho a uma nova ordem internacional de paz, assente nos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.
Não ao armamento! Não à guerra! É uma declaração clara para seguir esse caminho.
Os comunistas portugueses permanecerão firmes e comprometidos com este objectivo. Esta é a resposta que queremos dar aos nossos filhos e netos quando nos perguntarem: onde estivemos quando o mundo estava a cair no abismo da guerra? Permanecemos firmes, a lutar pela paz.