Intervenção de João Oliveira no Parlamento Europeu

Não ao Armamento! Não à Guerra!

Ver vídeo

''

Não ao armamento. Não à guerra.

É uma declaração clara em direcção a uma alternativa de paz, cooperação e justiça social que se opõe à militarização, ao confronto e à guerra. No entanto, a mobilização dos povos pela paz deve ser uma referência para a acção convergente das forças progressistas e democráticas, e é de suma importância considerando os perigos que a humanidade enfrenta neste momento. A situação internacional tem visto desdobramentos perigosos com a escalada do confronto e da guerra. A promoção e o avanço de concepções, projectos e forças reacionárias e fascistas, o agravamento das tensões internacionais e as crescentes ameaças de um conflito global de proporções catastróficas.

A estratégia com a qual os Estados Unidos procuram manter a sua hegemonia representa a mais séria ameaça à paz no mundo. A NATO é o instrumento mais perigoso desta ofensiva agressiva sob a direcção dos EUA. A União Europeia mantém a sua estratégia de União Europeia, a União Europeia mantém o seu alinhamento com a estratégia dos EUA e a NATO, aumenta o militarismo e dá passos no caminho da sua transformação num novo bloco político-militar complementar à NATO, à custa da paz, dos direitos e das condições de vida dos trabalhadores e dos povos. 

A guerra não é um acidente de percurso, é a tentativa planeada pelo poder económico das principais potências capitalistas para a saída da sua própria crise, assumida e concretizada pelo poder político que dá expressão aos seus interesses.

As consequências da guerra são impostas aos trabalhadores e aos povos com a morte e a destruição das condições de vida. O genocídio do povo palestiniano, a escalada de guerra de Israel no Médio Oriente, agora também com o apoio e participação directa dos EUA na agressão ao Irão, o conflito que se trava na Ucrânia ou a militarização da Ásia-Pacífico são quatro exemplos que confirmam o sério perigo que a escalada de confrontação e de guerra representa para o futuro da Humanidade.

É urgente travar este caminho para o abismo!
É urgente travar e derrotar a política de confrontação e guerra!

O caminho a percorrer é o da luta pela paz, pelo desarmamento geral, simultâneo e controlado, pelos direitos dos povos, da igualdade entre Estados, da solução pacífica dos conflitos internacionais, da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e da cooperação entre os povos para a emancipação e o progresso da humanidade.

O caminho a percorrer é o da luta contra a militarização da UE, pela dissolução da NATO e pela criação de um sistema de segurança colectiva.

É preciso travar o desvio de recursos para o militarismo e a corrida aos armamentos!
O aumento dos gastos militares só nos trará perigos e riscos de guerra acrescidos. 

As capacidades científicas, tecnológicas e produtivas e os recursos económicos e financeiros devem ser canalizados para a melhoria das condições de vida e de trabalho e para a resposta aos problemas económicos e sociais que afligem a vida dos povos.

É indispensável o desenvolvimento da luta dos povos pela paz. 

Essa mobilização popular não pode estar desligada de um caminho de defesa de direitos, da soberania e da democracia - nas suas vertentes política, económica, social e cultural.

Um caminho de transformação de sentido progressista que permita superar as contradições da situação internacional num sentido que corresponda às aspirações e anseios dos trabalhadores e dos povos.

É indispensável a convergência de forças diversificadas numa ampla frente que trave e faça recuar as forças da guerra, do retrocesso social, do fascismo e abra caminho a uma nova ordem internacional de paz, assente nos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.

Não ao armamento! Não à guerra! É uma declaração clara para seguir esse caminho. 

Os comunistas portugueses permanecerão firmes e comprometidos com este objectivo. Esta é a resposta que queremos dar aos nossos filhos e netos quando nos perguntarem: onde estivemos quando o mundo estava a cair no abismo da guerra? Permanecemos firmes, a lutar pela paz.

 

  • Segurança das Populações
  • Soberania, Política Externa e Defesa
  • Parlamento Europeu
  • Armamento
  • Defesa
  • Direitos Internacionais
  • EUA
  • Guerra
  • Haia
  • João Oliveira
  • militarização
  • Nato
  • Paz
  • UE