Uma grande saudação a todos.
Estamos aqui a comemorar o 25 de Abril. Esse Abril construído a pulso pelo nosso povo. Essa Revolução actual que é preciso e necessário resgatar. Esse guia de acção do nosso povo. É aí que está o futuro do nosso País e a vida melhor a que cada um de nós tem direito.
A Revolução de Abril mostra que a única inevitabilidade a que o nosso povo está sujeito é a concretização da vida melhor a que tem direito. Foi isso que Abril abriu, para todos e para cada um.
Abril derrotou as injustiças, as desigualdades, distribuiu de forma mais justa a riqueza que era criada, consagrou direitos, abriu o caminho de um aspecto subjectivo, mas que tem uma importância tão grande nas nossas vidas, a esperança.
Abril pôs fim à ditadura fascista, à repressão, à violência, às prisões, ao atraso económico, ao atraso social, cultural, à pobreza, Abril travou a emigração em massa, pôs fim à discriminação legal das mulheres, Abril travou a alta corrupção, Abril pôs fim à guerra e consagrou Portugal como um País de paz, cooperação e amizade entre os povos.
Abril foi isto tudo e muito mais, e para isso foi necessário muita luta, muito esforço, muita entrega, muita coragem, desde logo desses valentes capitães de Abril, papel determinante para a Revolução que temos a obrigação de continuar a sublinhar.
A coragem desses capitães de Abril, que levaram por diante o levantamento militar, a que se associou a determinação, a força, a coragem também do nosso povo, que ao levantamento militar juntou um grandioso levantamento popular que levou por diante e consagrou, de uma vez por todas, a Revolução do 25 de Abril.
Foram muitas as conquistas, foram muitas as alegrias, foram muitas as esperanças, foram muitas as concretizações, e foi assim, mesmo quando alguns diziam que não era possível, e quando outros tudo faziam para iniciar o processo contra-revolucionário.
É verdade que algumas das conquistas foram destruídas ou foram amputadas. Mas o alcance dos valores de Abril, das suas conquistas, o alcance daquilo que proporcionou na vida da larga maioria do nosso povo, está tão fundo e vivo, que mesmo décadas e décadas de processo contra-revolucionário, pela força do povo, dos trabalhadores, do PCP, do PEV, dos democratas, apesar de tanto esforço, não conseguiram ainda cumprir todo o processo contra-revolucionário. Abril vive, está vivo, e é em Abril que está o presente e o futuro do nosso País.
Abril não ficou para trás, Abril está aí, e hoje os seus valores, as suas conquistas, a força dos seus protagonistas aí está com brutal actualidade.
Quanto mais avança o processo contra-revolucionário, as concepções reaccionárias e as forças reaccionárias, mais evidente se torna aquilo que é necessário fazer, o caminho de Abril que foi interrompido e que é urgente retomar.
Em cada luta pelos salários, contra a precariedade, pelos direitos, pelo aumento das pensões, pela habitação, pela saúde, pelas creches, pelos lares, em cada luta pela vida melhor, em cada combate, contra as forças e as concepções reaccionárias, o que estamos a fazer é lutar por Abril, pelas suas conquistas e pelos seus valores.
Essa luta da juventude, dos trabalhadores e do povo, todos os que cá vivem e trabalham, já sabem que contam, como contaram sempre, muitas vezes só, com o PCP e com as forças que constituem a grande força unitária, popular e de Abril que é a Coligação Democrática Unitária.
Esta força popular que integra comunistas, ecologistas, e muitas pessoas sem filiação partidária, muita gente que pode ter tido, no passado, outras opções partidárias ou outras opções de voto, mas que sabe que é aqui na CDU que está o projecto de progresso, de esperança e o grande projecto de Abril.
Aqui estamos com os trabalhadores, o povo, a juventude, com a sua justa luta, antes, durante e depois das eleições. É isso mesmo que está em curso, num importante e expressivo movimento de luta, é nisso que estamos empenhados, dar ânimo e esperança a essa luta pela vida de cada um.
Estamos empenhados nessa luta, e também nas lutas eleitorais, desde logo do próximo dia 18 de Maio, para, com mais força, mais votos, mais deputados da CDU, afirmar aquilo que se impõe, o caminho de ruptura, o caminho que responda à vida, às necessidades e aos direitos da maioria daqueles que põem o País a funcionar, que trabalharam uma vida inteira, da juventude que quer cá viver e trabalhar.
Camaradas e amigos, podemos dizer que estamos em campanha eleitoral.
Muito ruído, toda uma chuva de promessas, prometendo aquilo que chumbaram ontem, afirmando os amanhãs que virão mas que nunca chegam, os salários a aumentar lá para 2029 ou 2030, como se não fosse hoje que eles fizessem falta, as pensões que um dia serão melhores, mas o que faz falta é que elas aumentem agora.
Promessas muitas, demagogia como há muito não se via, hipocrisia sem limites.
Mas independentemente disso tudo, dos truques, das manobras, a única coisa que está em confronto nas próximas eleições, é saber qual é o caminho pelo qual temos de optar.
Aquele que é dos protagonistas do processo contra-revolucionário? Ou o caminho da alternativa que se impõe para servir os interesses do nosso povo.
É também isto que está em causa na decisão do dia 18.
Se é mais força à submissão do País, mais força aos que se acham donos disto tudo, mais força às injustiças e às desigualdades, mais riqueza nas mãos de uns poucos, ou se é abrir caminho à política de Abril, ao serviço da maioria, ao serviço daqueles que trabalham todos os dias, põem o País e a economia a funcionar, daqueles que trabalharam uma vida inteira e têm o direito a viver o resto dos seus dias com dignidade, ao serviço da juventude, que faz falta ao nosso País.
É por isso que é preciso optar.
Ou os lucros de uns poucos e a submissão do País aos seus interesses, ou aquilo que verdadeiramente importa, a vida de cada um.
Aquilo que se impõe não é aumentar os lucros escandalosos da banca. Não é ver como a Galp continua a esvaziar as nossas carteiras e a encher-se com as botijas do gás, que vende ao dobro do que se vende aqui ao lado em Espanha. Não é ver como é que este ou aquele grupo económico vai continuar a esmifrar as nossas vidas, com o aumento do custo de vida, com o aumento dos preços, desde logo na alimentação, nas prestações da casa, nas rendas.
O que os trabalhadores, o povo e a juventude precisam é de mais salários, mais pensões, mais casas que as pessoas consigam pagar, e prestações às quais consigam aceder, é o acesso ao Serviço Nacional de Saúde.
Qual é a dificuldade em contratar mais médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, mais profissionais para o SNS? Nenhuma. O que é preciso é dar a prioridade ao SNS que ele exige e investir o que for preciso, porque é aqui que é preciso. Não é na descida do IRC, nos benefícios fiscais e para os não-residentes, não é para a guerra, é para o SNS que importa investir, para que cumpra o seu papel, o papel que Abril consagrou na vida de todos nós.
O que faz falta e importa na vida das pessoas é o direito e o acesso às creches e aos lares.
O que faz falta é a vida melhor.
O que é preciso é travar aqueles que querem que os nossos filhos, os nossos netos, vão para uma guerra ao serviço do complexo industrial militar.
Connosco não há um cêntimo para a guerra, todo o dinheiro ao serviço do povo, dos nossos direitos.
O que importa é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para abrir os caminhos da paz, a paz na Ucrânia, o fim do genocídio do povo da Palestina.
Há recursos, há gente séria e empenhada, capaz de servir o povo, e não se servir do povo.
Há força e coragem para abrir o caminho que se impõe.
Dêem força à vossa força, dêem força à CDU. Aqui em Loures, esta gente séria, honesta, trabalhadora, competente tem o Gonçalo como primeiro rosto de uma equipa, dêem força à CDU.
Dêem força, mais votos, mais deputados à CDU nas eleições legislativas.
O que conta é a vida de cada um, e sobre a vida de cada um, cada um dos votos conta.
Camaradas e amigos, o mundo está incerto, perigoso e complexo.
Estão em curso várias guerras, desde logo aquela levada a cabo pela agenda reaccionária de Donald Trump.
Há uma coisa que o País não precisa, e três que se impõem urgentemente.
O País não precisa de vassalagem aos Estados Unidos da América, não precisa de submissão aos interesses das grandes potências, da União Europeia.
O País precisa é de produzir mais. Temos condições, temos meios, temos gente, temos cientistas, temos trabalhadores, para pôr o País a produzir mais. Produzir mais alimentos, medicamentos, bens que evitem a nossa dependência do exterior.
O País precisa de diversificar as suas relações comerciais. Há um mundo inteiro com quem nós podemos e devemos estabelecer relações comerciais.
O País precisa de aumentar os salários e as pensões, as condições para que as pessoas vivam melhor no nosso País.
Num quadro em que o País é comandado pelos interesses dos grandes grupos económicos e gerido a partir das suas marionetas partidárias, pelas razões de sempre e agora ainda mais, é mesmo preciso apoiar e reforçar a CDU.
Mais força à CDU, a coragem que enfrenta a direita.
A força para impor soluções.
A força popular, a força de Abril.
Com confiança.
Com as conquistas, os valores, a força e a razão de Abril do nosso lado.
Vamos fazer aquilo que temos estado a fazer, mas que precisamos de fazer ainda mais, com ainda mais confiança e determinação.
Vamos ao contacto, vamos ao esclarecimento, vamos à conversa, liguemo-nos ainda mais àquilo que importa, à vida das pessoas.
Façamos das comemorações populares do 25 de Abril uma expressiva afirmação dos seus valores, das suas conquistas, do seu projecto de presente e de futuro.
Façamos do 1.º de Maio aquilo que é, uma grande jornada de luta de todos os trabalhadores.
Façamos da CDU aquilo que ela é, uma grande força popular onde cabem e são bem vindos todos aqueles que olham para Abril, não como o passado, mas sim como uma referência de presente e de futuro.
Uma palavra para a juventude. O País precisa da vossa força, energia, criatividade, ousadia, tomem nas mãos o vosso futuro, agarrem o projecto revolucionário de Abril como o vosso projecto e isto vai andar para a frente. Abril é vosso.
Com Abril e a razão de Abril do nosso lado.
A luta é exigente, mas o nosso povo que construiu Abril merece cada segundo que gastamos na luta pelos seus direitos.