Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo,
Iniciou-se uma nova Presidência da União Europeia, sem que haja uma palavra sobre os problemas que afetam os povos. Mais uma vez o combate às desigualdades, às injustiças e à pobreza, a justa distribuição da riqueza, os direitos sociais, não constam das prioridades da Presidência Polaca.
A Presidência Polaca prossegue velhas opções que são contrárias aos interesses dos trabalhadores e dos povos e que só beneficiam os grupos económicos. Elegem a segurança, para ocultar o aprofundamento do militarismo e da guerra. Aliás, o destaque é dado à corrida aos armamentos, ao aumento da capacidade de produção, ao aumento das despesas militares, para favorecer o negócio de milhões da indústria do armamento que só trarão mais guerra, destruição e sofrimento.
Discordamos frontalmente da perspetiva de cortar nos salários, pensões, serviços públicos para financiar a indústria da guerra e da morte. É que o investimento no armamento não constitui nenhuma vantagem, é antes um risco para a juventude e para a humanidade.
Não acha que é mesmo preciso dar uma oportunidade à paz, na Ucrânia, na Palestina, no mundo? Não acha que é preciso pôr fim aos conflitos armados e construir uma solução de paz negociada que assegure a segurança coletiva na Europa e no mundo?
São estes os princípios da nossa Constituição.
Insiste na política de sanções, cujos impactos pesam sobretudo sobre os trabalhadores e os povos e conduzem à degradação das suas condições de vida.
Sob o chapéu da segurança, é dada prioridade a uma política profundamente desumana e de desrespeito dos direitos dos imigrantes, que fogem da guerra e da fome e procuram melhores condições de vida. Ignorando as causas da imigração, deixa os imigrantes desprotegidos e expostos às redes de tráfico, à exploração e à violência, consolidando a “Europa Fortaleza”. Retenção na fronteira, detenção, retorno, são as respostas da União Europeia aos imigrantes, o que contraria todas as disposições internacionais em matéria de direitos humanos. São estes os valores europeus que defendem?
Estes não são valores humanistas! Os valores humanistas passam pela integração social dos imigrantes, pelo respeito pelos seus direitos laborais e sociais, pelo combate ao tráfico de seres humanos e pelo combate às discriminações, ao discurso de ódio e à instrumentalização das migrações pelos grupos económicos.
A União Europeia não é a resposta aos anseios dos povos.
Os povos, tomando os destinos nas suas mãos, não deixarão de lutar contra as injustiças, não deixarão de lutar por uma vida melhor, como não deixarão de lutar pela paz.