Intervenção de Paulo Raimundo na Assembleia de República, Debate Quinzenal com o Primeiro-Ministro

Garanta a segurança dos trabalhadores e das populações e deixe de favorecer os que se acham donos disto tudo

Ver vídeo

''

Grávidas e crianças confrontadas com urgências encerradas, longos períodos de espera, linha SNS 24 com atrasos, faltam médicos, enfermeiros e técnicos e a sua solução é desmantelar o SNS, mais Parcerias Público Privadas e canalizar milhões para os grupos económicos que fazem da doença um negócio.

Milhares de pessoas com dificuldades em aguentar prestações e rendas, 13 mil a dormir nas ruas.
 
Aqui ao lado, em Espanha onde o Salário Mínimo é já hoje 1200 euros e a botija do gás custa 16 euros, foi anunciado, entre outras medidas, o fim dos benefícios fiscais para os chamados residentes não habituais.
Por cá, o seu orçamento viabilizado pelo PS e que enche as medidas ao Chega e à IL, dá 1700 milhões de euros em vantagens fiscais a estes mesmos residentes; e como se isso não bastasse, aprofundando opções erradas do governo anterior, aí está a promoção da especulação com a permissão de transformar solo rústico em urbano, aumentar a especulação ao serviço dos mesmos de sempre.
Traremos à votação a revogação deste diploma, veremos como cada um se posiciona.
Para o Governo um problema é uma oportunidade de negócio. Até onde está disposto a ir?

Não acha que 40 anos de trabalho e descontos são suficientes para aceder à reforma sem penalizações?
Acha que o País avança com salários, horários, direitos dos trabalhadores desde logo de quem trabalha por turnos ou em horário nocturno, a andarem para trás?

É que ouvindo as declarações da srª ministra do trabalho o seu Governo quer que as pessoas trabalhem mais tempo; quer os privados com as mãos na segurança social e aumentar a precariedade e a exploração dos trabalhadores.
Esta opção associada à sua saga privatizadora de entrega de empresas estratégicas, pode ser muito interessante para o capital estrangeiro, mas é um desastre para o País que compromete a produção e a soberania nacional.

Sr 1º ministro, a segurança e a tranquilidade garantem-se com forças e serviços de segurança com meios, motivados, respeitados, próximos e inseridos nas populações.
Mas também exige opções que ponham fim à insegurança na vida, à insegurança dos salários e pensões que não chegam ao final do mês, dos milhares que trabalham para pagar contas cada vez mais altas;
à insegurança das 380 mil as crianças na pobreza; dos que não encontram creche para os filhos ou não sabem se conseguem pagar a renda; de quem desespera por um médico; quem anseia um professor para o seu filho, à insegurança dos pequenos empresários e produtores que são esmagados pelos grupos económicos; à insegurança de um milhão e duzentos mil trabalhadores, com contratos precários, grande parte jovens e em todas as áreas, de operários a cientistas e investigadores.

A sua política de crescente concentração e injustiça na distribuição da riqueza e desigualdades sociais que se acentuam é o grande foco da insegurança e simultaneamente o maior factor de segurança para o punhado de grupos económicos que vão encaixar mais 400 milhões garantidos pela descida do IRC, só para lhe dar este exemplo.

Garanta a segurança dos trabalhadores e das populações e deixe de amparar os que se acham donos disto tudo.

 

  • Assuntos e Sectores Sociais
  • Economia e Aparelho Produtivo
  • Trabalhadores