Intervenção de Inês Reis, membro da Comissão Política membro da Direcção Nacional da JCP, XXII Congresso do PCP

O trabalho no Associativismo Juvenil

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Camaradas,

As Teses referem que a JCP tem alargado a sua intervenção a novas áreas. Essa é uma realidade a partir das organizações locais e da acção dos jovens comunistas no Movimento Associativo.

Por todo o país, muitos são os jovens que encontram nas associações juvenis e estudantis um espaço democrático, promotor do desporto, para a cultura, o lazer, o debate e discussão de iniciativas.

No Pojecto Ruído - Associação Juvenil, de que sou Presidente, temos desenvolvido a actividade junto de associações, alargando o espaço de intervenção, temos estado mais presentes onde está a juventude.

Neste mês de Novembro de 2024, dinamizámos uma iniciativa com cerca de uma centena de jovens para falar sobre o ambiente, levámos a várias escolas do país o debate sobre a igualdade, mais precisamente da violência no namoro e no final do mês muitos foram os jovens que se juntaram no concerto Acordes pela Paz, para afirmar a sua solidariedade com a Palestina e por um mundo de Paz.

Temos assumido o papel de parceiros na mobilização da juventude para as várias acções em torno do direito à habitação, pelo direito à emancipação, nas acções pela igualdade entre homens e mulheres, em defesa da paz e em solidariedade com o povo palestiniano e os povos do Médio Oriente, gritando bem alto que a juventude quer a Paz, e é exemplodisso o Festival Dêem uma Oportunidade à Paz.

Camaradas, o que vos disse até agora não é um balancete de trabalho de uma associação.

Falei-vos dos valores Abril, do associativismo de Abril, de participação democrática. No movimento associativo juvenil estreitam-se laços, eleva-se a consciência democrática de cada um. Combate-se a infantilização da juventude e o individualismo, que tanto jeito dá à classe dominante, que procura convencer-nos que o mundo começa e acaba no ecrã do telemóvel.

Promove-se o que cada um pode dar e aprender em prol do colectivo, estimula-se a autonomia, a capacidade de decisão, a criatividade, a energia, a irreverência e o potencial transformador da juventude. Na associação, integra-se, esbatem-se diferenças. Olha-se para o bairro, para o ringue, para a rua, não enquanto espectador, mas enquanto interveniente. Defende-se Abril, sem muitas vezes se saber que o estamos a fazer.

E é onde o associativismo mais falta faz que precisamos de o dinamizar. Um jovem comunista não pode encarar a ausência de cultura, de desporto, de debate na sua terra como uma inevitabilidade. Não pode deixar que no lugar da solidariedade e da unidade se sedimentem a amorfia, a divisão, as dependências, a violência e as discriminações.

Camaradas,

Os nossos inimigos de classe dirão que os comunistas estão a tentar instrumentalizar o associativismo!

Mas a inserção dos jovens comunistas no movimento associativo juvenil, os avanços na estruturação e alargamento do trabalho da JCP, não são uma vitória do PCP, mas sim uma vitória de Abril e da democracia na verdadeira acepção da palavra.

Se os quase mil jovens que participaram nos últimos Encontros Nacionais de Juventude, deixaram por escrito que queriam o aumento geral dos salários, o fim da precariedade, das propinas e dos exames nacionais, mais habitação pública, a paz e o desarmamento, o 1% para a cultura e afirmaram ainda que o capitalismo não é verde, não é por serem todos comunistas.

É porque têm a consciência do que é justo, do que é melhor para cada um e para todos.

Viva o movimento associativo juvenil!
Viva a JCP!
Viva o PCP!

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