Intervenção de Maria João Falcão, Direcção Nacional da JCP, XXII Congresso do PCP

A Organização da Juventude Trabalhadora

Camaradas,

Na juventude trabalhadora tomámos a iniciativa e foram possíveis avanços desde o último Congresso do nosso Partido que queremos valorizar!

Tomámos a iniciativa com os trabalhadores dos Centros Comerciais pelo encerramento aos Domingos e feriados, pelo direito ao descanso e ao tempo livre.

Impulsionados pela Conferência Nacional do Partido e no âmbito da Campanha “Mais Força aos Trabalhadores” lançámo-nos ao contacto com audácia e desafiámos os jovens trabalhadores a preencher um postal dizendo o que fariam se não trabalhassem ao domingo.

-“Estaria com a minha família”; “a descansar”; “passaria o dia com o meu namorado”; “a andar de bicicleta” e tantas outras respostas que têm em comum o facto de todos concordarem que o Domingo devia de ser seu e não do patrão.

Não ficámos por aqui e erguemos estendais com os postais à porta dos centros comerciais de norte a sul dos país. Fizemos tribunas a denunciar, pintámos murais, sindicalizámos. De uma acção para outra era palpável o reconhecimento de que os comunistas estão lá todos os dias, querem saber, e com eles podem esclarecer esta ou aquela dúvida, se o patrão pode ou não fazer o que fez.

Reconhecimento que se materializou nos mais de 400 jovens trabalhadores que apoiaram as propostas da CDU durante a campanha para as Eleições Legislativas de 2024.

Elevou-se consciências, tornou-se mais credível que, de facto, o domingo e o feriado pode e deve ser seu.

Tal como o Partido aponta estar onde as massas estão e ir ao contacto com audácia, foi o que fizemos junto dos trabalhadores dos serviços de entregas, os estafetas. Trabalhadores a quem venderam a mentira de que são empreendedores e  trabalhadores independentes, quando na realidade são explorados pelas várias empresas: Uber, Bolt e Glovo.

A esmagadora maioria deles imigrantes e jovens e por isso particularmente vulneráveis aos abusos do patronato. Vêm do Brasil, do sul da Ásia, do norte de África, com diferentes origens mas com os mesmos sonhos que quem nasceu cá, o de uma vida melhor. A voz destes trabalhadores foi possível de ser ouvida na voz de um jovem estafeta que aceitou o nosso convite e participou na sessão pública Mais Força aos Trabalhadores que decorreu junto ao Campo Pequeno no ano passado.

Não negando dificuldades até mesmo a barreira linguística foi possível organizar e lutar! Aqui mesmo em Almada, cerca de duas dezenas de estafetas fizeram uma acção em frente ao McDonald’s exigindo o cumprimento dos direitos mais elementares, como o direito à baixa em caso de acidente laboral. Após essa ação, estes trabalhadores sindicalizaram-se e realizaram um plenário, reforçando assim também o MSU.

Avançamos no trabalho com os olhos postos na preparação da Conferência Nacional da Interjovem convocada para 23 de janeiro de 2025, de que a juventude trabalhadora, certamente, sairá mais bem preparada para as muitas lutas que temos pela frente.

Sabemos bem que o mundo novo é possível. Sabemos ainda melhor que com a força dos jovens trabalhadores, o mundo novo está mesmo nas nossas mãos.

A luta continua!

 

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