Sr. Presidente,
Em Portugal vive-se neste momento uma situação difícil em relação aos cuidados de saúde e, em particular, na área de emergência médica e do INEM.
E neste Parlamento sentam-se alguns dos responsáveis por essas dificuldades que se fazem sentir em Portugal.
Sentam-se aqui os responsáveis pela aprovação de políticas de privatização dos serviços públicos e de favorecimento do negócio da doença em vez da defesa do direito à saúde.
Sentam-se aqui os responsáveis por políticas de restrições orçamentais, de limitações ao investimento público, de obstáculo à melhoria do funcionamento dos serviços públicos de saúde e do aumento do reforço da sua capacidade de resposta.
Sentam-se aqui os responsáveis por políticas de desvalorização dos trabalhadores, das suas carreiras, das suas profissões, das suas condições de trabalho, dos seus horários de trabalho que, sendo desregulados, desarticulam a vida profissional e a vida familiar e levam à exaustão e ao esgotamento os profissionais e levam à debandada dos serviços públicos e à recusa de se apresentarem aos concursos para serem contratados quando fazem falta.
Isto acontece de forma geral, mas acontece de forma particular em relação a médicos, enfermeiros e técnicos de emergência pré-hospitalar no INEM.
E era só o que faltava, que fossem agora os trabalhadores responsabilizados pelas políticas que lhes são impostas.