Deputado do PCP João Oliveira realiza uma jornada de trabalho dedicada à situação do sector vitivinícola na Região Demarcada do Douro

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Uma delegação de membros das Direcções das Organizações Regionais de Vila Real e Viseu do PCP acompanhou ontem e hoje o deputado no Parlamento Europeu, João Oliveira, numa jornada de trabalho dedicada à situação do sector vitivinícola na Região Demarcada do Douro, cujo programa incluiu visitas e reuniões com produtores e dirigentes associativos do sector nos distritos de Vila Real e Viseu ao longo de dois dias, entre 29 e 30 de Outubro.

O périplo do deputado começou na manhã de dia 29, com uma visita à Quinta Senhora da Graça, em Santa Marta de Penaguião, onde pôde contactar com a realidade de uma produção familiar, de relativamente pequena dimensão, mas que consegue resistir à crise no sector, caracterizada pelos baixos preços pagos ao produtor, dificuldades de escoamento da produção e crescente abandono da actividade pelos pequenos e médios produtores.

A conversa com os responsáveis por aquele empreendimento serviu para melhor caracterizar a preocupante evolução do sector, que é indissociável da desertificação humana na região – cerca de 200 mil pessoas saíram da região no espaço de 20 anos – e da crescente insustentabilidade económica da actividade, que é bem ilustrada pelo facto do IVDP estimar o actual número de viticultores em 18 mil, quando em 2015 eram 22 mil (uma redução de aproximadamente 18%).

Durante a tarde, João Oliveira reuniu com o presidente da Adega Cooperativa de Vila Real, ficando aí a conhecer uma realidade muito diferente, dado ser uma das maiores adegas cooperativas do país, com mais de 1800 associados e um historial de solidez que contrasta com a grande maioria das adegas cooperativas da região.

Durante o dia 30, o deputado esteve no distrito de Viseu, para uma reunião com o Presidente da Adega Cooperativa de São João da Pesqueira. Durante a reunião evidenciou-se, um entre os muitos problemas que assolam a região: a fragilidade do movimento associativo e cooperativo como contrapoder à crescente influência do comércio sobre a produção, algo de imprescindível dado 13.200 produtores da Região Demarcada terem menos de um hectare.

Ao longo destes dias, nas conversas realizadas, foi possível constatar as consequências das desastrosas políticas para o sector, implementadas por diversos governos – do PS, do PSD e CDS – mas que ao longo de décadas favoreceram sempre os grandes proprietários e o sector do comércio em particular, em prejuízo dos pequenos e médios viticultores.

Entre as medidas mais gravosas, contam-se as sucessivas decisões de diminuir a quantidade de mosto a transformar em vinho do Porto – o dito “benefício” –, a privatização da Casa do Douro, bem como liberalização do plantio incluída na Política Agrícola Comum da União Europeia.

O Deputado do PCP no Parlamento Europeu assumiu o compromisso de continuar a defender os interesses dos produtores de vinha em Portugal, nomeadamente, como já realizou, através de questionamentos à Comissão Europeia, ou através da apresentação de propostas para o Orçamento da União Europeia com vista ao reforço dos apoios à produção vitivinícola.

 

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