Declaração de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP

Sobre a situação das urgências de pediatria e obstetrícia

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Não há médicos, não há urgências de obstetrícia abertas, não há urgências de pediatria abertas, não há urgências gerais abertas. Qual a solução das pessoas? É ir à saúde do privado. Na perspectiva do governo está tudo certo, na nossa perspectiva  está tudo errado. Os utentes, sabem, por experiência própria, de que o Serviço Nacional de Saúde é o único que não lhes pergunta quanto é que têm na conta bancária para os socorrer. Não nos pergunta qual é a doença para saber se é cara ou barata para socorrer. Não pergunta se têm ou não têm seguro de saúde. Ora, nós precisamos de salvaguardar isto. Esta é uma das grandes conquistas do 25 de Abril, mas é uma das grandes conquistas das pessoas, dos profissionais de saúde e do país. Porque um país doente, hoje, vai pagar caro amanhã. No ponto de vista económico, no ponto de vista social. É esta a aposta que é preciso fazer, é esta a aposta que não está a ser feita nem vai ser feita com este rumo, nem com este orçamento, nem com estas opções.

Qual é o caminho? É um caminho de fixar profissionais? É um caminho de resolver problemas, até de gestão? Do ponto de vista de meios, de recursos, de gestão, também de recursos humanos, mas não só. Ou é um caminho de acelerar o caminho de desmantelamento, o caminho de mais oportunidades de negócio, de transferir milhares de utentes para o setor privado que é o que está em curso? Esta é que a diferença. Não se resolve tudo num dia. Mas há um caminho que se pode e deve abrir num sentido ou noutro. E este Governo, no seguimento do Governo anterior, que este é que é o drama que nós temos, ainda por cima. Este governo, no seguimento do governo anterior, o que está a fazer é manter e acelerar esse rumo de desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde.

Vamos continuar a intervir do ponto de vista institucional, mas também do ponto de vista da intervenção política, mobilizando as populações para a exigência daquilo a que têm direito, que é o acesso ao Serviço Nacional de Saúde, em particular e em particular, as grávidas, que têm uma particularidade de incidência neste momento, tendo em conta a instabilidade, a insegurança... Isto é uma coisa com a qual se pode estar tranquilo, com situações destas? Quais são as consequências do ponto de vista de saúde, saúde física, saúde mental e quais podem ser as consequências de... esperemos que não aconteça nenhuma situação limite.

A Ministra da Saúde não pode despachar para o director executivo do SNS a responsabilidade disto. Tem que falar, tem que falar. Eu diria assim, este governo está a criar todas as condições para tornar mais difícil a vida, tornar mais difícil a vida dos utentes e a vida das forças políticas como o PCP que querem para o país para cima. Vai ser mais difícil, mas nós vamos pôr o país para cima.

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