1- O PCP não acompanha a avaliação que o Presidente da República transmitiu ao País, no seguimento do encontro que hoje teve com os banqueiros. Depois de anos e anos em que foram mobilizados mais de 20 mil milhões de euros de recursos públicos para tapar os buracos provocados pela especulação, pela gestão danosa e fraudulenta na banca, e que o Povo português pagou e continua a pagar, impõe-se interromper a política de favorecimento deste sector monopolista e colocar a banca verdadeiramente ao serviço do País em vez de ficar à espera e dependente da vontade dos banqueiros.
2 - A realidade que está no terreno, seja junto das famílias, seja junto de milhares de micro, pequenas e médias empresas, não confirma a opinião transmitida pelo Presidente da República. Não é com spreads e taxas de juro de 3% e 4% como as que estão a ser propostas, não é com comissões bancárias que continuam a multiplicar-se e a reinventar-se, não é com os limites e processos burocráticos na concessão de crédito que excluem milhares de MPME’s, que se apoia e ajuda a economia.
Para o PCP é e será inaceitável que se procure, em nome da ajuda à economia nacional, uma nova forma de branqueamento e de financiamento de lucros presentes e futuros para este sector.
3 – Não basta impedir que sejam distribuídos dividendos à banca ou aos grupos económicos. As necessidades do Povo e do País vão muito além disso. O País precisa que a banca cumpra o seu papel no desenvolvimento da actividade económica. Sem ganhos por via da intermediação dos apoios públicos, com rapidez e prontidão, priorizando as micro, pequenas e médias empresas e não os grupos económicos. É isso que o PCP defende.
Sublinhamos, ainda, que a actual situação coloca ainda mais em evidência a necessidade de o País recuperar o controlo público sobre este sector estratégico da economia nacional, colocando-o ao serviço do seu desenvolvimento, afirmando-se como factor de promoção do progresso e da soberania nacional.