Áudio
No dia seguinte à Unicer anunciar o encerramento da sua unidade industrial em Santarém, a Tegael, que é o maior empregador do concelho de Coruche anunciou também que iria fechar portas. Os trabalhadores da Tagael, reunidos em plenário exigiram que o Ministério da Economia tome medidas contra esta medida que irá agravar ainda mais a situação social em Coruche.
Na passada quinta-feira foi anunciado pela direcção da UNICER a intenção de encerramento da sua unidade industrial em Santarém.
Uma empresa reputada e sem qualquer dificuldade financeira que se conheça e que apenas por questões relacionadas com interesses de gestão, aponta a deslocalização da produção no distrito de Santarém para a sua outra unidade fabril em Leça da Palmeira.
Como contrapartidas aos 170 trabalhadores, “promete” a integração de alguns trabalhadores nessa fábrica e um pagamento de compensações por despedimento 0,25% acima do que está estipulado por lei.
Uma tentativa clara de instalar uma paz podre e de preservar a boa imagem da marca de cerveja ali produzida, independentemente da situação em que irão ficar aqueles trabalhadores.
Quanto às ofertas de emprego na unidade de Leça do Balio, não passam apenas de entreténs porque muito dificilmente os trabalhadores poderão deixar a sua terra, onde têm as suas vidas programadas e assentes para emigrar com sensivelmente as mesmas condições salariais e ai assumir novos compromissos.
Já na sexta-feira 13 de Janeiro, foi a vez do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas e dos trabalhadores da Tegael em Coruche, tomarem conhecimento da intenção do encerramento daquela empresa que é somente o maior empregador do concelho de Coruche.
A Tegael é uma empresa do sector das instaladoras eléctricas e conta como principais clientes: EDP, PT,TMN, REN e NEOP. Tem ainda afirmado-se neste sector em diversos países de onde se destacam Marrocos e Irlanda e prepara-se para arrancar com obras em Angola e na Escócia.
Em Dezembro e supostamente por dificuldades financeiras a empresa realizou um despedimento colectivo de 70 trabalhadores e mais 30 despedimentos individuais, restando actualmente dos 390 trabalhadores, 300 ao serviço da empresa.
Alegava então a administração que seria suficiente essa medida e que a empresa era viável.
No entanto os trabalhadores abrangidos pelo despedimento colectivo ainda não receberam as compensações que lhes são devidas.
Esta situação assume contornos insólitos uma vez que em Abril a Telcabo uma empresa concorrente adquiriu a maior parte do capital da empresa e que agora é essa mesma empresa que decide o encerramento da Tegael.
Reunidos em plenários os trabalhadores decidiram que é necessário clarificar estas situações e que desde já vão exigir ao Ministério da Economia responsabilidades para que tome medidas contra o encerramento da Tegael, que caso venha a acontecer irá agravar imenso a situação social no concelho de Coruche.
O deputado António Filipe já apresentou uma pergunta escrita na AR sobre a intenção de encerramento da Tegael.