Caros camaradas e amigos,
Permitam-me que, antes de tudo, saúde os moradores do bairro do Parque Residencial.
A realização desta iniciativa da CDU aqui, num local central deste bairro e nos moldes em que a estamos a concretizar, não é um mero acaso.
É, antes, uma opção consciente e determinada de contribuir para dar voz aos que, vezes de mais, são esquecidos e empurrados para fora da participação política e social.
O que hoje queremos dizer é que os moradores deste e outros bairros, os trabalhadores dos Armazéns do Dia Minipreço, as trabalhadoras da Such e da Dancake, os trabalhadores da construção civil e dos serviços, os jovens que se desdobram entre o trabalho precário e os estudos, os pais e mães que esgravatam todas as oportunidades de rendimento, os mais velhos que depois de décadas de trabalho vivem com as baixas pensões e reformas, todos esses têm voz e encontram na CDU o espaço de unidade e convergência para reivindicar, lutar e conquistar essa vida melhor a que aspiram e têm direito.
A estratégia daqueles poucos que vivem em cima do sacrifício e do trabalho das massas populares sempre foi essa: afastar da intervenção social e política os trabalhadores e suas famílias fazendo-os crer que “não vale a pena”, que “não têm força” e que as “forças políticas são todos iguais”. Pois a prática da vida aí está a demonstrar que é no PCP e na CDU que está a confiança, a energia e a natureza distintiva de um projecto político ao serviço das populações.
Uma saudação ainda à população deste concelho de Vila Franca de Xira e aos candidatos e activistas da CDU que com determinação se têm empenhado no esclarecimento político e na mobilização para o voto consciente.
A acção destes homens e mulheres - que no plano nacional são largos milhares -, é uma bela expressão de dedicação à democracia, à liberdade e à construção e melhoria colectiva das suas terras e localidades.
Acção essa, que tem tanto mais valor quando os que a concretizam o fazem levando à prática o principio de não ser beneficiados nem prejudicados, dedicando o seu tempo, experiência e conhecimento para servir as populações.
Amigos e camaradas,
A intervenção autárquica da CDU, assente na consigna “trabalho, honestidade e competência”, tem, por todo o território nacional uma marca inconfundível.
Intervindo em realidades tão distintas como a maioria numa Câmara de um grande município ou com um eleito numa pequena freguesia; intervindo em meios urbanos e nas localidades rurais; intervindo com mais ou menos força eleitoral, o que está sempre garantido é esse objectivo de servir sem se servir, é essa determinação de corresponder às necessidades das populações, é esse afinco em fazer das autarquias locais um espaço de intervenção e participação democrática do povo e dos trabalhadores.
A intervenção da CDU - e das diferentes formulações que a antecederam -, nas autarquias locais, em quase 50 anos, regista um património de obra material com consequências em transformações profundas na vida das populações, mas inscreve também o exercício prático dessa concepção saída de Abril que é o Poder Local Democrático nos planos político, social, económico e cultural.
O concelho de Vila Franca de Xira é um bom exemplo do que é a intervenção da CDU.
Durante mais de 20 anos estivemos em maioria na Câmara Municipal e levámos a cabo um trabalho notável no plano da infraestruturação de água e saneamento, na construção de equipamentos desportivos e culturais, na recuperação de dezenas de bairros de génese ilegal, de organização e planificação urbanística, de promoção da cultura e do desporto, no estímulo e na dinamização do movimento associativo popular.
Um trabalho e uma obra que ainda hoje marca o que de mais positivo este concelho conheceu de progresso e desenvolvimento tendo como centro o bem-estar das populações.
É por isso que vinte e quatro anos de maioria PS na autarquia não apagaram da memória colectiva no concelho o valor dessa intervenção.
Não apagaram porque, por um lado, essas realizações continuam a fazer parte da vida das populações e, por outro lado, porque a intervenção dos eleitos da CDU no conjunto dos órgãos autárquicos e na dinamização da acção das massas populares manteve viva essa chama de exemplo.
Perante um PS esgotado e sem soluções, a CDU é a única alternativa no concelho de Vila Franca de Xira.
Todos os que desejam uma mudança, todos os que desejam voltar a viver num concelho de referência no plano nacional na cultura, no desporto, na educação, no urbanismo, no ambiente é na CDU que devem confiar, é com a CDU que devem trabalhar.
Como a camarada Joana Bonita, nossa candidata à presidência da câmara municipal, aqui colocou está nas nossas mãos nos próximos dias ampliar o esclarecimento e mobilização, ampliar a corrente de apoio que aqui está presente e transformá-la em apoio e voto que construirá o resultado que este concelho merece e aspira.
Camaradas e amigos,
As várias declarações aqui hoje proferidas expressaram os problemas concretos de homens e mulheres concretas. Gente desta freguesia e deste concelho que, como tantos pelo país fora, se confronta com os problemas dos baixos salários, da precariedade laboral, da falta de acesso à habitação, da falta de transportes e serviços públicos e dos custos dos combustíveis, do gás e da energia.
Problemas a que as autarquias podem e devem dar atenção, sobretudo se os eleitos forem da CDU, gente empenhada que não fica em cima do muro perante as dificuldades das populações.
Eleitos que não esgotam a sua acção no plano formal da intervenção institucional e assumem posição na dinamização da luta pelos amplos direitos e aspirações das populações que os elegeram.
Eleitos que fazem trabalho e obra mas que não calam aquilo que são os direitos dos trabalhadores a que o governo nega resposta.
Mas estes são problemas a que apenas uma política alternativa patriótica e de esquerda pode dar resposta cabal. Política que se confronta com as opções de fundo do PS.
É verdade que, condicionado e confrontado pela intervenção do PCP e da CDU e pela luta dos trabalhadores e das populações, o PS teve de ceder (quantas vezes a muito custo) e aprovar um largo conjunto de medidas positivas e com importante impacto na vida dos trabalhadores e das populações.
Neste período da epidemia foi possível garantir o pagamento por inteiro aos trabalhadores em lay-off e assegurar apoio a 200 mil trabalhadores independentes e outras pessoas sem protecção social, foi possível prolongar o subsídio de desemprego a mais de 50 mil trabalhadores.
Foi possível garantir o aumento de pensões e reformas a mais de um milhão e novecentos mil pessoas.
Medidas, que se somam a um largo conjunto de tantas outras que desde 2015 contribuíram, de forma inegável, para defender, repor e conquistar direitos e rendimentos para os trabalhadores e para as populações.
Conquistas como a do passe social que tanto beneficiou a população deste bairro e deste concelho.
A gratuitidade dos manuais escolares com o impacto positivo nos rendimentos das famílias.
Ou os avanços, ainda insuficientes, que levam a que dezenas de milhar de crianças tenham já hoje creche gratuita, e que é preciso evoluir como o PCP defende para garantir esse direito de gratuitidade a todas as crianças.
No bife do lombo dos interesses do capital o PS não toca e alinha com CDS, PSD e seus sucedâneos.
O Governo do PS prossegue uma política de favorecimento dos grupos económicos como a Galp, a EDP, o Novo Banco, os CTT, a Global Media Group ou a Altice.
No ano de 2020, em que a pretexto da epidemia tantos sacrifícios foram impostos aos portugueses, foi ver os milhares de milhões de dividendos a jorrar para os bolsos dos accionistas da NOS, da Sonae, da Brisa, da Galp Energia, da EDP, dos CTT, da Jerónimo Martins e da Corticeira Amorim.
Esta semana assistimos ao anúncio do aumento de 3% na tarifa regulada da electricidade, o segundo num curto espaço de tempo.
A maioria de quem vive aqui no bairro continua a usar o gás de botija que continua a preços exorbitantes. Nada justifica que o seu preço seja mais do dobro do que do lado de lá da fronteira.
Mais de uma vez o PCP propôs a redução dos seus custos. Sempre e sempre esbarrando na oposição do PS. Ainda na sexta-feira passada propusemos que o preço máximo que está fixado para este período de epidemia (já de si inaceitavelmente alto) fosse prolongado até final de 2022. O que é que o PS fez? Rejeitou contando com o apoio do PSD, CDS, Chega e Iniciativa liberal e do PAN.
Ainda na sexta-feira propusemos um regime permanente de preços máximos para o gás de botija. O que fez o PS? Rejeitou a proposta com ao apoio de toda a direita.
Já se percebeu o que o PS faz quando tem de escolher entre os lucros dos grupos económicos e os interesses das famílias e das pequenas e médias empresas. É o lado dos interesses das multinacionais da energia que prevalece.
Camaradas e amigos,
O concelho de Vila Franca de Xira, como o país, precisa de uma outra política. As eleições do próximo domingo darão mais ou menos força a projectos distintos. Dar mais força à CDU é dar mais força a quem quer e se bate por um país com menos desigualdades, mais justo e solidário.
A campanha da CDU tem estado na rua, de norte a sul do país, e se a simpatia fossem votos o resultado estava feito.
Mas é preciso concretizar, é necessário que todos e cada um se afirme como esclarecedor e mobilizador de outros. É preciso e possível transformar o reconhecimento do projecto, da intervenção e da força da CDU em mandatos para modificar a vida das populações e das localidades.
Esta última semana de campanha eleitoral convoca todos para, com confiança, construir um grande resultado para a CDU, que é o mesmo que dizer um grande resultado para as populações.
Prossigamos este combate com alegria e confiança, a confiança de quem tem um projecto de futuro.
Viva a CDU