O debate sobre estas perguntas que o Parlamento Europeu faz à Comissão revela que, em vez de se preocupar com a realização de um debate frontal, claro e esclarecedor, onde se confrontem as diferentes posições políticas e seus argumentos face à proposta de Tratado constitucional, reage de forma alarmada e receosa com a realização dos anunciados referendos nacionais.
Só assim se entende que questione a Comissão Europeia sobre a acção que tenciona adoptar no âmbito de uma estratégia de comunicação tendo em vista um resultado positivo dos processos de ratificação deste Tratado.
Ou, ainda, que questione o Conselho sobre as acções que tenciona adoptar visando definir uma abordagem comum dos Estados-Membros e, se possível, um calendário coordenado para a ratificação da Constituição para a Europa, bem como elaborar uma estratégia de comunicação tendo em vista um resultado positivo dos seus processos de ratificação.
O que o PE pretende é que seja adoptada uma "abordagem", um "calendário" e uma "estratégia" - mobilizando meios comunitários, incluindo os financeiros -, para que se obtenha "um resultado positivo", ou seja, a aprovação da "constituição europeia". O que é inaceitável!
Aliás, não é uma ideia original, pois já a confederação do grande patronato europeu fez o mesmo apelo.