Camaradas e amigos,
Quando dizemos que não há festa como esta, estamos a enunciar uma verdade conhecida de todos os que por aqui passam quer como construtores desta bela cidade, quer como simples visitantes.
São para esses, para os que sabem por experiência própria que não há festa como esta, as nossas primeiras palavras: aqui fica a nossa saudação fraterna para os milhares de homens, mulheres e jovens, militantes e simpatizantes do Partido, que, graças a um esforço, a uma dedicação e uma capacidade notáveis, ergueram esta cidade e asseguraram, durante três dias, o seu funcionamento – e que cumpriram essa gigantesca tarefa sempre num ambiente de camaradagem, de solidariedade, de fraternidade, de amizade. Sem essa militância revolucionária, camaradas, sem a vossa militância revolucionária, a Festa do Avante não seria possível. Na verdade, um empreendimento desta dimensão e com este conteúdo, só é concretizável por pessoas que transportam consigo o ambicioso e empolgante projecto de liquidar o capitalismo explorador e opressor e de construir uma sociedade liberta de todas as formas de exploração e de opressão – e que, para concretizar esse projecto, lutam com todas as suas forças.
É por isso que nenhum outro partido político português é capaz de construir uma festa como esta. É por isso que nem todos juntos, os outros partidos seriam capazes de construir uma festa como esta.
Daqui saudamos, também, com muita fraternidade, os camaradas e amigos das delegações estrangeiras que, com a sua presença, enriquecem a vertente internacionalista da nossa Festa, trazendo-nos aqui a solidariedade dos partidos e organizações a que pertencem e levando para os seus países e povos a solidariedade fraterna dos comunistas portugueses.
Este anos temos connosco 48 delegações vindas de:
África do Sul
Alemanha
Angola
Argentina
Bélgica
Bolívia
Brasil
Cabo Verde
Chile
China
Chipre
Colômbia
Cuba
El Salvador
Espanha
França
Grã Bretaña
Grécia
Guiné Bissau
Holanda
Índia
Irlanda
Itália
Irão
Letónia
Líbano
Lituânia
Marrocos
Moçambique
Palestina
Peru
República Checa
Rússia
Sahará Ocidental
Timor Leste
Turquia
Uruguai
Vietname.
Temos connosco, também, outros convidados internacionais, companheiros e companheiras que participaram na reunião da Secretaria Europeia do Fórum de São Paulo, vindos de Brasil, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Peru e Venezuela.
Para todos, também, as nossas saudações de combate.
Camaradas e amigos,
A nossa Festa, resultando do esforço revolucionário do nosso colectivo partidário, conta também com o apoio inestimável de várias organizações e instituições. Daqui expressamos o nosso muito obrigado a:
Fertagus e Sul Fertagus
Transportes Sul do Tejo
Venamar
Amarsul
Centro Ciência Viva de Constância
Centenas de Associações, Colectividades e Federações Desportivas
Federação Distrital de Bombeiros, Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, Bombeiros Mistos da Amora, Bombeiros Voluntários de Cacilhas, Trafaria, Sesimbra, Sul e Sueste e Salvação Pública do Barreiro.
Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública
Juntas de freguesia de Amora, Corroios, Fernão Ferro, Laranjeiro, entre muitas outras.
Câmara Municipal de Lisboa e Câmaras Municipais da Península de Setúbal, das quais destacamos a Câmara Municipal do Seixal.
E um agradecimento muito especial à população da Amora e aos Vizinhos da Festa.
Camaradas e amigos
Na nossa Festa está presente a representação do objectivo supremo do nosso Partido – a construção de uma sociedade sem exploradores nem explorados, a sociedade socialista e comunista – e por toda ela perpassa o nosso ideal de liberdade, de paz, de justiça social, de fraternidade, de solidariedade, o mais belo de todos os ideais, o nosso ideal comunista.
Nesta cidade de três dias encontramos as raízes da sociedade pela qual lutamos e que um dia construiremos.
A Festa é a realização que melhor espelha o partido que somos e os objectivos da luta que travamos.
Por tudo isso, a Festa do Avante é a menina dos olhos do colectivo partidário comunista – este colectivo de homens, mulheres e jovens que dá expressão ao papel do PCP enquanto partido da classe operária e de todos os trabalhadores; este colectivo capaz de construir uma Festa como esta e, simultaneamente, ocupar a primeira fila da luta diária contra a política das troikas, pela ruptura com essa política, pela rejeição do famigerado pacto de agressão, por uma política inspirada nos valores da Revolução de Abril; este colectivo partidário que tem como preocupação constante o reforço do Partido, reforço que sabe ser um caminho decisivo para podermos levar por diante e concretizar os nossos objectivos; este colectivo partidário que, enquanto constrói a Festa, e luta, e reforça o Partido, participa intensamente no processo de construção do nosso XIX Congresso, a realizar em 30 de Novembro e 1 e 2 de Dezembro próximos – um congresso que, porque é o do PCP, implica uma muito ampla participação militante, na linha do amplo e profundo funcionamento democrático que caracteriza o nosso Partido.
São muitas as tarefas, são muitas as exigências que se nos colocam, tantas e tão exigentes e complexas que há razão para perguntar: como é que somos capazes de fazer tudo isto? Que força é esta que nos permite intervir onde e quando é necessário, onde e quando estão em causa os interesses e direitos dos trabalhadores, do povo e do País?
Vem ao caso e a propósito, lembrarmos aqui o camarada Álvaro Cunhal – o camarada Álvaro Cunhal que foi o mais relevante obreiro desta admirável construção colectiva que é o nosso Partido Comunista Português; e de quem assinalaremos em 2013 o centenário do seu nascimento em comemorações já anunciadas pelo Comité Central do nosso Partido.
No seu O Partido com Paredes de Vidro, perguntava ele:
«Donde nos vem a nós, comunistas portugueses, esta alegria de viver e de lutar? O que nos leva a considerar a actividade partidária como um aspecto central da nossa vida? O que nos leva a consagrar tempo, energias, faculdades, atenção, à actividade do Partido». O que nos leva a defrontar, por motivo das nossas ideias e da nossa luta, todas as dificuldades e perigos, a arrostar perseguições, e, se as condições o impõem, a suportar torturas e condenações e a dar a vida se necessário?»
E o camarada Álvaro Cunhal respondia assim a essas perguntas:
«A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos. O nosso ideal, dos comunistas portugueses, é a libertação dos trabalhadores portugueses e do povo português de todas as formas de exploração e opressão.
É a liberdade de pensar, de escrever, de afirmar, de criar.
É o direito à verdade.
É colocar os principais meios de produção, não ao serviço do enriquecimento de alguns poucos para a miséria de muitos, mas ao serviço do nosso povo e da nossa pátria.
É erradicar a fome, a miséria e o desemprego
É garantir a todos o bem-estar material e o acesso à instrução e à cultura.
É a expansão da ciência, da técnica e da arte.
É assegurar à mulher a efectiva igualdade de direitos e de condição social.
É assegurar à juventude o ensino, a cultura, o trabalho, o desporto, a saúde e a alegria.
É criar uma vida feliz para as crianças e anos tranquilos para os idosos.
É afirmar a independência nacional na defesa intransigente da integridade territorial, da soberania, da segurança e da paz e no direito do povo português a decidir do seu destino.
É a construção em Portugal de uma sociedade socialista correspondendo às particularidades nacionais e aos interesses, às necessidades, às aspirações e à vontade do povo português – uma sociedade de liberdade e de abundância, em que o Estado e a política estejam inteiramente ao serviço do bem e da felicidade do ser humano.
Tal sempre foi e continua a ser o horizonte na longa luta do nosso Partido»
Quer isto dizer, camaradas e amigos, que é deste ideal, deste objectivo e desta vontade de lutar que nos vem a força necessária para respondermos às exigências em cada momento. É neste ideal, neste objectivo e nesta vontade de lutar que reside a fonte de força que nos faz fortalecer todos os dias o nosso Partido; dar a resposta necessária, à frente das massas trabalhadoras e populares, à política das troikas; e construir a maior e a mais bela de todas as festas realizadas no nosso País.
É neste ideal, neste objectivo e nesta vontade de lutar que se encontra o caminho que nos conduzirá à materialização do nosso sonho de construção de uma sociedade de liberdade, de justiça social, de paz, de fraternidade, de solidariedade.
Viva a Festa do Avante!
Viva o Partido Comunista Português