Há uma clara mensagem na proposta de Quadro Financeiro que temos em cima da mesa:
E ao contrário do que possa transparecer com este debate, apesar das declarações arrebatadas de um e de outro lado, as posições do Conselho e da Comissão não diferem substancialmente. Separa-as menos de 0,2% do RNB comunitário.
E a mensagem clara é: na Europa das desigualdades e da divergência, as verbas destinadas à coesão económica e social são para cortar!
A mensagem está em linha com a prática consolidada desta União Europeia: tirar aos pobres para dar aos ricos.
Por um lado, querem alargar e aprofundar a integração e o mercado único, garantindo novas e melhores condições de colonização de mercados aos beneficiários líquidos do mercado único.
Por outro lado, estes mesmos beneficiários líquidos querem esmagar o orçamento, em especial as rubricas da coesão - que melhor poderiam minimizar a divergência das economias - salvaguardando, ao contrário, em termos relativos, as rubricas onde eles próprios esperam ir buscar mais recursos.
Trata-se de um caminho que não pode ser aceite por todos aqueles - como Portugal - que serão prejudicados e muito com ele.