Pergunta ao Governo N.º 2694/XII/1

Necessidade urgente de conclusão das obras de requalificação na Escola Secundária Frei Gonçalves de Azevedo (S. Domingos Rana), Cascais

Necessidade urgente de conclusão das obras de requalificação na Escola Secundária Frei Gonçalves de Azevedo (S. Domingos Rana), Cascais

A política educativa dos sucessivos governos do PS, PSD, PSD-CDS/PP tem sido marcada por
um profundo desinvestimento público nas condições materiais, humanas e pedagógicas da
escola pública, e agora profundamente agravado pelo Acordo com o FMI, EU, BCE (assinado
por PS, PSD e CDS) que obriga a um corte inaceitável na escola pública, despedimento de
professores, funcionários, psicólogos e outros técnicos pedagógicos.
As necessidades permanentes das escolas com professores, técnicos especializados,
funcionários são preenchidas com o recurso generalizado e ilegal à precariedade. O Governo só
autoriza recurso a Contratos de Emprego-Inserção, para trabalhadores em situação de
desemprego com duração de 12 meses, ou ao regime de horas.
As consequências que daqui decorrem são profundamente negativas para a Escola Pública,
para as condições de trabalho de funcionários, professores e técnicos; e para as condições de
acesso e frequência escolar dos alunos.
O PCP teve oportunidade de visitar a Escola Básica e Secundária Frei Gonçalves de Azevedo
(ESFGA) em Cascais onde confirmou as consequências da suspensão da fase 3 das obras de
requalificação no âmbito do Parque Escolar E.P.E. Aquando da suspensão das obras, estava
em fase de conclusão o final da 1ª fase da obra e terá sido adiado o início da 2ª fase.
A ESFGA foi construída em 1989 integrando turmas do 2º, 3º ciclo e ensino secundário, tendo
atualmente cerca de 1000 alunos do 5º ao 12º ano; 140 professores e 30 funcionários. Esta
escola tem falta de condições materiais e humanas profundas: o espaço do refeitório é muito
insuficiente para as 500 refeições servidas diariamente; o espaço do bar é também muito
insuficiente para o número de alunos que serve; um dos blocos de salas de aula tem problemas
relacionados com uma antiga fossa que apesar de coberta liberta um odor insuportável para
todos os que lá trabalham e estudam; os espaços de salas de aula estão sobrelotados; são
praticamente inexistentes espaços cobertos de recreio e convívio; existe nos espaços de
cobertura exterior e nas coberturas de todos os blocos de salas placas de fibrocimento e
amianto.
A decisão de realização de obras de requalificação com vista à ampliação do espaço da ESFGA
tinha inclusive como objetivo dar resposta à necessidade de expansão da rede escolar.
Com o início das obras, naturalmente, os espaços comuns foram reduzidos. Hoje existe apenas
um espaço ao ar livre insuficiente para que os alunos do 5º ao 12º ano possam jogar à bola, ou
praticar outras atividades físicas ou lúdicas.
A manter-se a decisão de não conclusão da obra e a suspensão da mesma, este problema
tenderá a agravar-se, com efeitos (já sentidos) a curto e médio prazo na motivação e sucesso
escolar dos alunos. Aliás, importa mesmo afirmar que a comunidade escolar suporta uma
solução transitória da organização do espaço por um período de 5 meses e dificilmente
suportará por um período de 3 anos, ou suportará com elevados custos para a degradação da
qualidade pedagógica.
O PCP partilha da opinião de toda a comunidade educativa de que é urgente a necessidade de
construção de um novo edifício. O pavilhão tem materiais de fibrocimento (com propriedades
cancerígenas) o que pode ter consequências negativas na saúde pública.
De acordo com a Lei n.º 2/2011 que estabelece “procedimentos e objetivos com vista à remoção
de produtos que contenham fibras de amianto na construção ou requalificação de edifícios,
instalações e equipamentos públicos” cabe ao Governo efetuar o levantamento de edifícios,
instalações e equipamentos públicos com amianto, e posteriormente elaborar uma listagem com
essa informação, bem como calendarizar a monitorização das ações corretivas, as regras de
segurança, e a obrigatoriedade de informação aos utilizadores.
O PCP considera da maior gravidade a decisão de suspensão das obras com os impactos
profundamente negativos que terá no funcionamento desta escola e na vida de todo os
membros da comunidade escolar, designadamente dos alunos.
Pelo exposto e com base nos termos regimentais aplicáveis, vimos por este meio perguntar ao
Governo, através do Ministério da Educação e Ciência, o seguinte:
1- Decidiu o Governo a suspensão das obras na Escola Secundária Frei Gonçalves de
Azevedo?
2- Para quando está prevista o retomar das obras?
3- Reconhece o Governo o impacto negativo da suspensão das obras nesta escola para a vida
destes alunos?
4- Tem o Governo conhecimento da existência de uma listagem de edifícios, instalações e
equipamentos públicos com amianto?
5- Tem o Governo elaborada uma calendarização para a monitorização das ações corretivas
nos edifícios que consta nessa listagem?
6- Reconhece o Governo que esta Escola necessita também por esse motivo uma intervenção
urgente e prioritária?
7- Quantos postos de trabalho para assistentes operacionais existem no mapa de pessoal
deste agrupamento?
8- Quantos trabalhadores estão contratados através dos Contratos de Emprego-Inserção nas
escolas deste agrupamento?
9- Quantos trabalhadores estão contratados através do regime de horas nas escolas deste
agrupamento?
10- Quantos trabalhadores têm contratos sem termo?

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