Não somos insensíveis perante o legítimo desejo de ser mãe. Mas há preocupações que não podem ser subestimadas ou ignoradas, como a instrumentalização da vida e do corpo humano, neste caso do corpo da mulher e dos seus órgãos reprodutores.
A exploração económica do sistema reprodutivo das mulheres é bem evidente no negócio das barrigas de aluguer, convenientemente designado de gestação de substituição. é um negócio sórdido que procura esconder a gritante exploração de classe que o envolve, a especulação que lhe é inerente e os sérios riscos para a saúde e integridade física e psicológica das mulheres que vendem os seus óvulos ou alugam o corpo como substitutos da gravidez de outra mulher.
Consideramos que os direitos não se constroem à custa da exploração de uns sobre outros.
É preciso combater estas concepções assentes na mercantilização do corpo da mulher, seja por via das barrigas de aluguer seja por via da prostituição. É preciso combater todas as formas de exploração e violência contra as mulheres. É nesse combate que estamos empenhados!