A resolução aprovada no Parlamento Europeu (PE) insere-se na continuada política de instigação da confrontação e da guerra, contribuindo para o agravamento de um conflito que se arrasta há quase nove anos e, dessa forma, para a perda de mais vidas humanas, mais sofrimento e maior destruição, para a deterioração das condições económicas e sociais, particularmente na Europa.
Entre outros gravosos aspectos, a resolução insiste no incremento da deriva militarista; na manutenção e alargamento das sanções, que com os aproveitamentos e a especulação, contribuem para a brutal degradação das condições de vida dos trabalhadores e dos povos; na pressão e chantagem sobre aqueles países que rejeitam subordinar-se à política belicista promovida pelos EUA, a NATO e a UE; ou na criação de um denominado “tribunal especial”, concebido à medida dos interesses do denominado “Ocidente”.
Opções que não só em nada contribuem para pôr termo ao conflito, como, pelo contrário visam acentuar décadas de política de confrontação, cerco e isolamento da Rússia, dificultando possíveis entendimentos entre as partes e obstaculizando ou mesmo impedindo a abertura de necessárias vias de diálogo com vista à resolução política do conflito, o desanuviamento e normalização das relações no plano internacional, a defesa e a promoção da paz, da cooperação e do desarmamento, particularmente na Europa.
A abordagem defendida, branqueia as responsabilidades e envolvimento dos EUA, NATO e UE, entre outros protagonistas, no conflito da Ucrânia. Um conflito que é promovido por aqueles que sistematicamente desrespeitaram a soberania, a integridade territorial e a independência de países, os princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia. A mesma política que é responsável por guerras de agressão, sanções e bloqueios impostos a numerosos países e que agora se desenvolve também na região Ásia-Pacífico, visando particularmente a China. Uma política cujos crimes, trágicas consequências e responsáveis permanecem impunes.
Os deputados o PCP no PE alertam para os efeitos das medidas coercivas unilaterais adoptadas pelos EUA e a UE, que estão a promover uma deterioração acelerada da situação económica e social na Europa e no mundo – com a especulação, o aumento dos preços de primeira necessidade, agravando as condições de vida e acentuando situações de pobreza e de fome – ao mesmo tempo que os grandes grupos económicos de armamento, energia, alimentação e distribuição auferem lucros colossais com a guerra e as sanções.
A defesa do diálogo e a consagração da paz, exige que se olhe às causas do conflito, sem instigar nem alimentar uma escalada de consequências imprevisíveis, para o que esta resolução, à semelhança de outros documentos emanados do PE, efetivamente contribui.
Pelo contrário, o que se exige é que os EUA, a NATO e a UE cessem de instigar e alimentar a guerra na Ucrânia e que se abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando alcançar uma solução política para o conflito, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, no interesse da paz e da cooperação entre os povos e do seu desenvolvimento mútuo.