A escalada de confrontação na Europa e no mundo devem ser motivo de profunda preocupação, face aos sérios perigos que esta representa para os povos do mundo.
No entanto, a resolução do Parlamento Europeu sobre a escalada da guerra na Ucrânia não pugna:
- pela imperativa defesa da paz;
- pelo necessário fim da escalada de confrontação e guerra;
- pela urgente abertura de vias de negociação visando alcançar uma solução política para um conflito que dura já há oito anos, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia;
- pelo premente fim das sanções impostas pelos EUA e a União Europeia, que estão a provocar uma acelerada deterioração da situação económica e social na Europa e no Mundo, com a especulação, o aumento dos preços da energia, dos alimentos e de outros bens de primeira necessidade, agravando as condições de vida e acentuando as situações de pobreza e de fome;
- pelo imediato fim do incitamento ao ódio e à xenofobia;
- pela indispensável denuncia de quem tudo faz para que a guerra não termine, quem tudo faz para poder continuar a acumular lucros colossais com a sua continuação, como o complexo militar-indústrial e as grandes transnacionais da energia e da alimentação.
Pelo contrário, a resolução do Parlamento Europeu, entre outros gravosos aspectos:
- alinha com a instigação da escalada de confrontação e guerra, clamando por mais e mais guerra, por mais e mais sanções, à custa do sofrimento dos povos;
- clama por mais envolvimento da União Europeia na intensificação da escalada belicista, demonstrando que esta é, de facto, expressão de uma guerra dos EUA e da NATO com a Rússia, no quadro da estratégia de imposição de domínio dos EUA, em que a Ucrânia e o poder ali instalado são usados como instrumento dessa perigosa acção belicista;
- escamoteia que a actual escalada se consubstancia, entre outros elementos, em todo um caminho de ingerência, violência e confrontação, no continuo alargamento da NATO, no golpe de Estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, no não cumprimento dos acordos de Minsk, em oito anos de guerra na região do Donbass, na intervenção militar da Rússia na Ucrânia, na intensificação da escalada belicista dos EUA, da NATO e da União Europeia, na espiral de sanções impostas pelos EUA e a UE, no fornecimento de cada vez mais sofisticados armamentos e de crescente envolvimento da NATO na guerra, na realização de referendos em Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhia, na sabotagem do Nord Stream 1 e 2;
- branqueia as responsabilidades dos EUA da NATO e da UE no eclodir e no agravar deste e de outros conflitos, no brutal desrespeito de princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, pelos quais hipocritamente clamam agora;
Até onde querem levar a Europa e o mundo?
A solução não é a guerra, não é o alinhamento com a estratégia de crescente confrontação ditada pelos EUA e a NATO.
A solução é a paz e a cooperação.