O PCP repudia os objectivos da visita a Portugal do Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, inserida que está num processo de pressão e chantagem para o aumento dos gastos militares e a promoção da deriva belicista, objectivos contrários à Paz e aos interesses de Portugal.
É preciso ter presente que Mark Rutte, que se comporta como um autêntico encarregado de negócios do complexo militar industrial, é o mesmo que publicamente defende cortes na saúde, nas pensões e prestações sociais, para aumentar ainda mais o financiamento da escalada armamentista e da guerra, alinhando com o perigoso incremento da política de confrontação no plano internacional, pela qual a NATO é, a par dos EUA e da UE, particularmente responsável.
Tal como o exigiram e exigem cada vez mais gente e de forma evidente os muitos milhares de pessoas que participaram na manifestação «É urgente pôr fim à guerra! Todos Juntos pela Paz!», no dia 18 de Janeiro, em Lisboa, o PCP não aceita e dá combate aos objectivos de cortes dos salários e das pensões, nos serviços públicos, no direito à saúde, à educação, à segurança social, à habitação, para transferir meios e recursos para a indústria da guerra e da morte.
O que o povo e a juventude precisam é que os recursos, o investimento, a ciência e a investigação sejam colocados ao serviço do desenvolvimento e do progresso social dos povos, da resolução dos problemas que afectam a Humanidade e não para o armamento e a guerra.
Os 32 países que integram a NATO são já, no seu conjunto, responsáveis por mais de metade das despesas militares no plano mundial, mas parece que, para os seus responsáveis, as despesas com a escalada armamentista parecem não ter limites.
A guerra, a escalada armamentista, as sanções, só servem os interesses dos grupos económicos – desde logo os do armamento –, que acumulam lucros colossais à custa da deterioração das condições de vida e dos direitos.
Como a realidade está a demonstrar, a segurança que é um direito dos povos, não se alcança com cada vez mais armas, mais sofisticadas e destrutivas.
A segurança colectiva alcança-se com mais diplomacia, com mais solução política dos conflitos, com mais acordos com vista ao desarmamento, com mais respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.
Alguns olham para a perigosa evolução internacional como uma oportunidade de negócio, o PCP olha para a deriva belicista protagonizada pela NATO como um caminho que encerra trágicas consequências e sérios perigos para os povos e constitui a mais grave ameaça que a Humanidade enfrenta.
A guerra significa morte, sofrimento e destruição, representando a mais brutal agressão aos direitos dos povos, como mostra a cruel realidade vivenciada pelo povo palestiniano que resiste à política genocida de Israel.
Portugal tem de ser um impulsionador da Paz e não um instrumento da guerra. É preciso que o País, assegurando as necessidades e as condições para que as nossas Forças Armadas desempenhem a missão que lhes está constitucionalmente consagrada, se afaste da estratégia belicista da NATO.
De acordo com a Constituição da República Portuguesa e no âmbito das suas relações externas, Portugal deve pugnar pelo desarmamento e contribuir para a resolução pacífica dos conflitos internacionais e a Paz.
O PCP apela ao reforço da mobilização em defesa da Paz, do desarmamento, da dissolução dos blocos político-militares e do estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a Paz e a justiça nas relações entre os povos.
O mundo precisa de Paz, de desenvolvimento, de justiça e progresso social, de solidariedade, amizade e cooperação entre os povos – não de mais militarismo, mais armas, mais guerra, em que a NATO está apostada.