Desregulação, liberalização e precariedade são a face de uma política que encara as novas tecnologias como uma renovada e moderna oportunidade para o aumento da exploração, a destruição de direitos dos trabalhadores e de expansão e concentração de capitais.
O modelo de negócio promovido pelas empresas multinacionais de plataformas só pode agradar a esta União Europeia neoliberal.
Os chamados Uber Files, expondo as estreitas relações entre a empresa multinacional Uber e uma série de decisores políticos dos Estados-membros e das instituições europeias que permitiram a entrada e a implantação territorial desta empresa e dos seus múltiplos serviços, revelam muito objetivamente a quem e a quais interesses serve a União Europeia.
Quando, em Julho, questionei qual o ponto de situação das investigações e que medidas já foram tomadas relativamente às informações veiculadas nos Uber Files, a Comissão deu-me a mesma resposta que deu aos milhares de taxistas que se manifestaram em Bruxelas em setembro de 2022: Nenhuma!
Diz-se que quem cala consente. Nós não nos calaremos.