Trata-se de um documento globalmente muito positivo, cujos pressupostos e conclusões subscrevemos. A questão central que se coloca é a da sua aplicabilidade, já que muito há a fazer para que, do presente, e considerando o que tem sido a evolução política da União Europeia, se possa chegar ao que no documento se reclama como necessário.
Nalgumas das questões colocadas, como sejam a hegemonia de algumas línguas europeias em detrimento de outras, partimos duma situação claramente negativa. Alertamos a este respeito para a situação de isolamento linguístico / cultural a que certas políticas nacionais têm votado alguns povos no espaço europeu, com a consequente discriminação daqui adveniente.
O que está em causa é o próprio legado cultural dos povos europeus e a sua adequada transmissão às gerações vindouras.
Realçamos ainda a valorização do papel dos professores, tradutores e intérpretes como profissionais cujo trabalho é essencial para o ensino, difusão e intercompreensão das línguas faladas no espaço da UE.
Assim, lamentamos que tenha sido aprovada a proposta alternativa por significar um empobrecimento de alguns aspectos contidos no relatório Graça Moura, designadamente quanto à defesa da língua materna e à prerrogativa dada aos pais de escolher a língua oficial em que os filhos serão educados em países ou regiões com mais de uma língua oficial ou com línguas regionais.