Este relatório constata a sub-representação das mulheres em cargos electivos e de nomeação, em órgãos de soberania nacional e no próprio Parlamento Europeu e naquilo a que designa como “Cargos de Topo”. Para resolver este problema, preconiza, em primeiro lugar, a introdução de sistemas de quotas que promovam a paridade nestes espaços. Do nosso ponto de vista, a participação política das mulheres dá-se a vários níveis da vida das mulheres – na sua participação associativa, sindical, cultural, na sua vida quotidiana. As mulheres têm maiores dificuldades em participar nestes domínios devido a dificuldades de acesso à educação, à cultura, mas também devido a dificuldades económicas que resultam, desde logo, das desigualdades salariais de que são vítimas. Por outro lado, a precariedade laboral leva a que tenham pouco tempo para a sua participação social, política e cultural. O défice de serviços públicos de apoio social à infância é outro dos factores que contribui para a sobrecarga das tarefas das mulheres. São estas desigualdades estruturais que devem ser combatidas e não estabelecer-se uma “igualdade artificial” mantendo os reais problemas da maioria das mulheres intocáveis. Por outro lado, não aceitamos, como preconizado nos parágrafos 5, 6 e 7, qualquer ingerência na vida interna dos partidos, matéria que apenas diz respeito àqueles que os integram.