Considerando que a guerra contra Jugoslávia foi desencadeada à margem da
ONU e que o governo português, desrespeitando a Constituição portuguesa,
decidiu, apesar disso, nela participar;
considerando que durante a guerra de agressão à Jugoslávia foram utilizadas
munições de urânio com graves prejuízos para a saúde das populações e dos
próprios militares envolvidos;
considerando que a utilização deste tipo de armas evidencia, mais uma vez, a
profunda injustiça e a natureza criminosa da guerra contra a Jugoslávia e as
suas populações;
considerando que, não obstante o alerta e o protesto suscitados em todo o
mundo por estes factos, o governo continua a insistir no envio de um novo
contigente militar para o território. -
Os presentes na concentração pelo fim da presença militar portuguesa nos
Balcãs realizada no dia 25 de janeiro de 2001 em Lisboa, frente à residência
oficial do Sr. Primeiro Ministro, reclamam:
a) O cancelamento do envio do novo contigente militar português para o
Kosovo;
b) A retirada das tropas portuguesas dos Balcãs;
c) A não
utilização de urânio empobrecido para fins militares;
d) A intervenção do
governo, de acordo com a letra e o espírito da Constituição da República, em
prol do desarmamento - em primeiro lugar do nuclear - da paz, da amizade e da
cooperação entre os povos.
E expressam a sua solidariedade às populações dos Balcãs vítimas dos
bombardeamentos da NATO, aos militares falecidos ou cuja saúde foi afectada pelo
uso de urânio empobrecido, em particular aos militares portugueses, assim como
às suas famílias.