À Direcção do Partido Comunista da Irlanda
Queridos camaradas,
O novo Tratado da União Europeia que foi assinado pelos chefes de Estado e Governo dos países da UE em Lisboa, em Dezembro de 2007, mais não é do que uma nova versão do chamado “Tratado Constitucional” que já foi chumbado pelos povos. Receando um desfecho análogo, desta vez as classes dirigentes decidiram impor decisões tão fundamentais – que subvertem as soberanias dos países membros da UE – sem dar aos povos a oportunidade de afirmar a sua vontade. Esta imposição de decisões que já foram rejeitadas pelos povos é bem o espelho da natureza anti-democrática e anti-popular daquilo a que chamam a “construção Europeia”.
A exigência constitucional que obriga o Tratado a ser referendado no vosso país, coloca a Irlanda numa situação ímpar entre os países da União Europeia. Milhões de trabalhadores e os povos da EU olham para o referendum irlandês com a esperança de encontrar aí aquilo que lhes foi negado – uma ocasião para afirmarem que não querem um federalismo supranacional, neoliberal e militarista na União Europeia; que não querem uma União Europeia ao serviço do grande capital, da exploração, dos lucros, da guerra e da opressão de outros povos.
É por tudo isto que o referendum de Junho no vosso país assume uma enorme importância. O Partido Comunista Português saúda todas as forças políticas, sindicais e populares progressistas da Irlanda que estão empenhadas em derrotar a imposição do Tratado das classes dirigentes da União Europeia. Uma vitória do «Não» no referendum irlandês constituirá uma grande vitória de todos os trabalhadores e povos dos países da União Europeia.
Comité Central Partido Comunista Português