Os acontecimentos históricos do início dos anos 90 que culminaram com a dissolução da URSS não podem ser analisados levianamente, servindo a sua manipulação à urgência de retirar aos trabalhadores e aos povos a afirmação presente e futura de uma alternativa sistémica real - que a Revolução de Outubro projectou -, e de apertar o cerco à Federação Russa, na afirmação dos interesses de dominação imperial da UE e do grande capital que ela representa.
Esta resolução é, pois, a convergência de dois vetores de ação hipócrita da UE que temos vindo a denunciar: o revisionismo histórico relativamente ao movimento comunista e às experiências que procuravam implementar uma sociedade socialista, visando atacar a organização dos trabalhadores, dos seus partidos e sindicatos de classe, deixando caminho aberto à liberalização total da economia e à promoção das desigualdades; e a identificação da Federação Russa como o inimigo externo a abater, o outro lado dos valores de democracia e liberalidade que a UE preconiza - e que visa tão só encontrar uma desculpa para o aprofundamento do perfil agressor da UE, justificando o aumento da militarização e securitização. O acirrar destes vectores torna mais urgente a luta por uma Europa dos trabalhadores e dos povos, de paz e progresso social.