A crise instalou-se, e com ela, uma evidência: as revisões sucessivas da PAC, todas elas orientadas para os mercados, todas elas visando a destruição de todos os instrumentos públicos de regulação de produção estão da base de um excesso de produção que ameaça milhares de produtores da falência pura e simples.
Muito se tem falado de uma redução apoiada da produção. Mas como irá processar-se esta redução? Será numa base voluntária? Com apoios comunitários? E quem irá reduzir? Serão mais uma vez os países mais débeis, os mais dependentes, aqueles que têm sido as principais vítimas das políticas neoliberais da UE?
Sejamos sérios. Olhemos para a realidade. Não tenhamos medo que reconhecer o erro. As quotas leiteiras, seja com esta ou outra denominação, representam o caminho indispensável para garantir preços dignos a quem produz e ao mesmo tempo um mínimo de soberania alimentar a cada estado nacional.
Abandonar tudo à voragem dos mercados apenas irá beneficiar aqueles que estão na base de todas estas reformas, ou sejam a grande indústria agroalimentar que continua a acumular lucros à custa da produção.