Sr. Presidente,
Sr. Deputado Luís Fazenda,
Abordou mais algumas questões da maior importância, sobretudo as da elasticidade ou não dos sacrifícios e das suas consequências na vida das pessoas.
Pergunto-lhe se, no nosso País, não temos já uma situação de total rigidez e de limite mínimo em relação à vida de milhões de portugueses que são reformados, que são trabalhadores; se não temos já uma situação dramática para milhares e milhares de pequenos empresários que vão fechar as suas portas se esta política continuar, com o reflexo que isso terá no desemprego, com o reflexo que isso terá na situação social do País; se, na vida de muitas famílias, já existe ou não uma situação dramática em que os filhos voltaram para casa dos pais, em que actualmente não há condições de vida dignas.
É sobre tudo isto que estes senhores vêm aqui propor sacrifícios de tirar dinheiro a quem trabalha e aos reformados para dar dinheiro à banca, para dar dinheiro ao capital especulativo.
Mais: o Sr. Deputado ouviu ou não, como eu, o Ministro das Finanças dizer que afinal o corte nos subsídios é uma medida temporária, mas que pode até ir além de 2013?
O que, de facto, está a tentar fazer-se é a instituir uma diminuição generalizada dos direitos das pessoas, seja no sector público seja no sector privado, para deixar o nível de vida das populações, o nível dos direitos, o mais baixo possível para permitir a máxima exploração. E é contra isso também que se fará a greve geral.
Mas referiu também uma outra questão, que brevemente abordarei, que é a das PPP. As parcerias público-privadas não são só do PS, também há as do PSD — por exemplo, na área da saúde.
Pergunto se é ou não verdade que, na proposta de Orçamento do Estado, os gastos com as parcerias público-privadas da saúde, criadas pelo anterior governo PSD/CDS, aumentam de 260 para 320 milhões de euros.