É lamentável que o Conselho e a Comissão Europeia venham aqui afirmar que estão a tomar medidas para resolver os problemas financeiros e produtivos, num quadro de disciplina orçamental, e que apresentem a criação do Grupo Especial (Task force) como o grande trunfo para as medidas de longo prazo.
Numa clara fuga para a frente, e embora reconhecendo os atrasos nas medidas titubeantes que tomaram, o que os representantes da Presidência espanhola da UE e da Comissão aqui reafirmaram foi que vão continuar o mesmo caminho de integração capitalista, aprofundando-o. Preferem ignorar que o chamado "mecanismo temporário de estabilização" e o respectivo fundo não passaram de paliativos na crise financeira, escamoteando que só uma ruptura com as actuais políticas e uma mudança de rumo pode trazer progresso social. Para isso é essencial dar prioridade à produção e a serviços públicos de qualidade, à criação de emprego com direitos, a salários, pensões e reformas dignas, à inclusão social e a uma justa repartição e distribuição do rendimento.
Mas tudo isto exige uma efectiva coesão económica e social, com reforço claro do orçamento comunitário, solidariedade, mais políticas públicas e controlo pelo Estado dos sectores fundamentais da economia.