A chamada União Bancária, decidida no quadro do aprofundamento da União Económica e Monetária, falsamente apresentada como a solução para todos os problemas do sector bancário e financeiro, viabilizará sim uma ainda maior concentração e centralização do sector bancário e financeiro.
O Mecanismo Único de Resolução Bancária não terminará com a transferência de recursos públicos (e do trabalho) para o capital financeiro. O que está em causa é a centralização deste processo - o que está na origem das contradições ainda não completamente dirimidas no Conselho, - dirigida a partir das instituições da UE, e financiada, mais uma vez, pelos orçamentos nacionais, ou seja pelos cidadãos dos Estados-Membros, nomeadamente por via do Mecanismo Europeu de Estabilidade.
Ao mesmo tempo, não só se mantém como se aprofunda a política monetária e financeira do BCE, que continua a privilegiar o financiamento da Banca a juros irrisórios para que esta realize enormes lucros num autêntico processo de extorsão aos Estados.
Insiste-se no dogma da livre circulação de capitais, da financeirização da economia e da concepção do sistema bancário não como um instrumento para a criação de emprego e o desenvolvimento da economia produtiva - sob propriedade e controlo públicos -, mas como um sector que paira acima dela e que dela se alimenta.