Declaração de Francisco Lopes, Membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central do PCP

«As manifestações em Lisboa e no Porto são já a maior mobilização dos últimos dois anos»

Esta manifestação aqui em Lisboa como a do Porto correspondem já à maior mobilização dos últimos dois anos e mostram que os trabalhadores não aceitam a degradação dos salários, a degradação das pensões, o ataque aos serviço públicos, ao mesmo tempo, que se verifica uma acumulação de milhares de milhões de euros nos lucros dos grupos económicos, das multinacionais, com dividendos que em grande parte saem do país. E tal como os trabalhadores não aceitam, o PCP também não aceita esta degradação das condições de vida, dos salários, das reformas e dos serviços públicos. E quando se impunha e impõe o aumento geral dos salários, o aumento geral das pensões que reponha o poder de compra e que valorize os salários e as pensões, o que está aí colocado pelo grande capital e pelo Governo PS com Orçamento de Estado e com o Acordo da Concertação Social, é exatamente contrário: mais agravamento das condições de vida, corte nos salário (degradação do seu poder compra), das pensões e ataque aos serviços públicos e mais uma vez, de forma injustificável e inadmissível, milhares de milhões de euros de borlas fiscais e incentivos ao serviço dos grandes grupos econômicos. A inflação prejudica os trabalhadores e a população mas o aumento dos preços não se esfuma, esse dinheiro vai exatamente para os grandes grupos económicos e as multinacionais (da alimentação, da energia, da grande distribuição comercial). Portanto não é aceitável em nenhuma circunstância o aumento das injustiças sociais e ainda mais nesta situação concreta. Por isso a nossa presença, a presença desta delegação do PCP nesta manifestação, é uma reafirmação do nosso compromisso com os trabalhadores e a sua luta, de protestar contra este rumo inaceitável, mas também de confiança que é possível defender e melhorar as condições de vida, que é possível com isso, assegurar um Portugal desenvolvido, um Portugal mais justo, um Portugal soberano. É essa a mensagem que aqui trazemos e sobretudo é essa mensagem que estes milhares trabalhadores aqui nos trazem: é um sinal de força e é um sinal de esperança neste tempo tão turbulento, neste tempo com tantas dificuldades.